Agência Efe
Na capital Porto Stanley, malvinenses comemoram a manutenção da soberania britânica
Um total de 99,8% dos habitantes das Ilhas Falkland, para os britânicos, ou Malvinas, para os argentinos, quer manter a soberania britânica das ilhas, indicam os resultados da consulta popular realizada até segunda-feira (11/03).
Com uma participação de 92% entre as quase 1.700 pessoas com direito a voto de um total de 2.900 habitantes, a manutenção da soberania britânica foi quase unânime.
Os habitantes das ilhas tinham apenas de escolher entre “sim” ou “não” à pergunta se desejam que as ilhas continuem como território ultramarino dependente do Reino Unido.
O referendo foi organizado pelas autoridades das ilhas, em resposta à reclamação argentina da soberania das Malvinas e à sua continuada exigência a Londres para que comece as negociações sobre o estatuto do arquipélago.
A região é motivo de disputa com a Argentina desde 1833. Em 1982, os dois países entraram em confronto armado que teminou com a vitória dos britânicos e provocou a morte de quase mil soldados, na sua maioria argentinos. O país sul-americano recusa-se a incluir os habitantes das ilhas como uma terceira parte da disputa e pretende negociar apenas com o Reino Unido, que nunca se sentou para conversação.
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O ministro dos Negócios Estrangeiros da Argentina, Héctor Timerman, havia dito no dia 17 de fevereiro que o referendo não teria “valor legal”. O governo argentino, porém, ainda não emitiu declarações em relação ao referendo desta segunda-feira.
Já o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, pediu nesta terça-feira (12/03) que o governo argentino “respeite” os desejos dos malvinenses, que “não poderiam ter sido mais claros” sobre a vontade de ser britânicos e instou “todo o mundo, inclusive a Argentina”, a respeitar esse ponto de vista. “As Malvinas podem estar a muitos quilômetros, mas são britânicas da cabeça aos pés, e assim querem seguir”. afirmou. O ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, ressaltou o direito dos habitantes das ilhas a “determinar o seu próprio futuro e decidir que caminho querem tomar”.
O tema é constante nos diálogos da diplomacia argentina com autoridades estrangeiras. Na América Latina, a Argentina conta com o apoio da maioria dos países. O Brasil é um dos que apoian a reivindicação argentina sobre as Ilhas Malvinas.
* Com informações da Agência Lusa e de Efe