O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, disse à Alta comissária da ONU de Direitos Humanos, Navi Pillay, que o país africano realizará eleições este ano “sem falta”, embora ainda não conte com data fixada.
O jornal local The Herald, que cita uma fonte governamental, informou nesta quinta-feira (24/05) que o líder zimbabuano comunicou a Pillay, que está no país em visita oficial, que o Executivo de união nacional que atualmente governa o Zimbábue não tem mandato para continuar no poder.
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“O presidente (Mugabe) disse: 'Não, temos que realizar eleições este ano'”, comentou a fonte ao jornal estatal.
“Os responsáveis do Acordo de governo (assinado em 2009 entre o partido de Mugabe e o principal grupo político opositor) não contam com legitimação popular para prolongar a vida do Executivo (de coalizão) ao próximo ano”, disse Mugabe, segundo a fonte.
A insistência de Mugabe em realizar eleições este ano contrasta com os atrasos na redação de uma minuta para uma nova Constituição e o começo de reformas que previnam os eventos violentos que acompanharam cada votação desde 2000.
Mugabe, líder da União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Patriótica (Zanu-PF) e no poder desde 1980, cedeu à pressão internacional e formou em 2009 um governo de união nacional com seu então rival e atual primeiro-ministro, Morgan Tsvangirai, depois das controvertidas eleições de 2008.
Cerca de 200 simpatizantes do MDC (Movimento por Mudança Democrática) de Tsvangirai morreram durante esse processo eleitoral por obra de seguidores de Mugabe.
Durante a reunião que tiveram, a enviada da ONU pediu ao líder zimbabuano que garantisse eleições “livres, justas e sem violência”.
No entanto, a tensão política no Zimbábue aumentou nas últimas semanas e a Zanu-PF mantém o controle dos meios de comunicação públicos, dos serviços de segurança e do escritório do censo eleitoral, entre outros importantes órgãos estatais.