No mesmo dia em que o Rei Abdullah anunciou a permissão para que mulheres votem e sejam votadas na Arábia Saudita, as autoridades do país denunciaram uma mulher à Justiça por violar uma proibição que impede pessoas do sexo feminino de dirigir. De acordo com o advogado de Najalaa Harrir, sua cliente participa do grupo “Meu direito, minha dignidade”, que luta pelo fim da discriminação contra mulheres no país e já dirigiu algumas vezes pela cidade Jeddah.
Wikicommons
Waleed Aboul Khair afirmou neste domingo (25/09) que Harrir foi chamada para depor no mesmo dia e enfrentará o processo em liberdade. Ao contrário do que é frequentemente noticiado, não há nenhuma lei que explicite a proibição para mulheres dirigirem na Arábia Saudita. Mas o reino se recusa a emitir carteiras de motorista para mulheres, temendo que a ampliação dos direitos civis leve a “problemas sociais”. A Arábia Saudita é o único país do mundo onde as mulheres são proibidas de dirigir.
Caso similar
Em maio desse ano, Manal al-Sharif, de 32 anos, uma consultora de segurança digital, foi detida em Jobar, no leste do reino, após divulgar no YouTube um vídeo em que ela estava dirigindo. Manal foi liberada pela polícia algumas horas depois, mas a polícia criminal a prendeu novamente em sua casa dias depois.
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No vídeo publicado na internet, Manal afirma “que nenhuma lei do Islã proíbe as mulheres de dirigir”, acrescentando que esta proibição se deve unicamente a fatores sociais de um reino ultraconservador. Uma campanha na internet pediu a libertação da saudita.
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