Agência Efe
Multidão de manifestantes se reuniram para funeral de jovem palestino
Milhares de pessoas acompanharam nesta sexta-feira (04/07) o funeral de Mohammed Abu Khder, 17 anos, assassinado na quarta-feira (02), vítima de uma suposta vingança de radicais judeus. Segundo informações da rede Aljazeera, a cerimônia foi realizada em Jerusalém Oriental, próximo ao local onde o jovem palestino foi raptado enquanto caminhava até um templo para rezar.
Durante a solenidade, houve confronto entre palestinos e soldados israelenses que faziam um bloqueio nas ruas de Jerusalém. Foram disparadas balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo para conter as investidas dos manifestantes.
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De acordo com informações da mídia local, a morte de Mohammed Khdair está ligada ao assassinato de três jovens judeus ortodoxos em Hebron há cinco dias. Desde então, grupos radicais israelenses fazem campanha para “linchamento de árabes por vingança, retaliação e justiçamento dos adolescentes mortos”.
Em contrapartida, ao grito de “o sangue dos mártires nos redimirá”, jovens mascarados, idosos, mulheres e crianças do bairro palestino prestaram homenagem a Mohammed Khdair — cujo corpo apareceu queimado e com sinais de violência em uma floresta de Jerusalém, segundo informações da Agência Efe.
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Desde que o corpo foi descoberto, mais de 300 pessoas ficaram feridas nos enfrentamentos entre palestinos e a polícia israelense em várias zonas de Jerusalém, cuja população árabe celebra hoje a primeira sexta-feira do mês sagrado do Ramadã.
“Faremos Israel pagar por isto. O sangue dos mártires não será em vão”, disse à Agência Efe Mohammed Alfadi, um jovem palestino morador de Suafat.
Brasil critica morte de jovem palestino
O governo brasileiro criticou de forma veemente a morte de Mohammed, “vitimado em Jerusalém Oriental ocupada”. Em nota oficial, o Itamaraty expressou solidariedade à família da vítima.
“Ao externar profunda preocupação com a possibilidade do assassinato do jovem palestino ter caráter retaliatório aos assassinatos dos três jovens israelenses, o governo brasileiro sublinha a necessidade de que os responsáveis sejam trazidos prontamente à justiça”.
O Itamaraty também afirma que a “solução de dois Estados, Israel e Palestina, convivendo em paz e segurança, requer a pronta retomada do processo de paz na região, que ponha fim ao ciclo de violência”.
O governo de Israel também repudiou que a população recorra à “justiça com as próprias mãos” para vingar a morte dos três adolescentes. A ministra da Justiça, Tzipi Livni, assinalou que, se o assassinato do menino palestino tiver mesmo sido um caso de justiçamento, também deverá ser encarado como um ato de terrorismo.