O presidente do Egito, Mohamed Mursi, emitirá novo decreto para permitir que o Exército atue na segurança de instituições consideradas vitais ao Estado até as próximas eleições do país, de acordo com o jornal Al Ahram.
Agência Efe
Forças de seguranças egípcias entraram em acordo com os manifestantes para retirar a cerca em volta da sede do governo
Caso a decisão de Mursi seja confirmada, os soldados egípcios atuarão como se fossem policiais para conter os protestos que tomaram conta do país desde 22 de novembro, quando o presidente aumentou seus poderes e anunciou que suas decisões não poderiam ser suspensas ou canceladas.
A informação sobre o novo decreto de Mursi surge neste sábado (08/12), um dia depois da Guarda Republicana, que protegia o palácio presidencial, ter entrado em acordo com manifestantes para retirar as cercas que cercavam o local.
As próximas eleições legislativas no Egito ainda não têm data, pois só poderão ser marcadas após a aprovação da Constituição do país. O referendo sobre a nova legislação estava marcado para o próximo dia 15, mas Mursi sinalizou que pode adiar a consulta após as intensas manifestações dos últimos dias.
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De acordo com o jornal Al Ahram, o decreto sobre a atribuição do Exército já foi aprovado pelo Conselho de Ministros em uma recente reunião, sendo que os soldados estarão autorizados até mesmo a prender manifestantes.
Agência Efe
Com o novo decreto de Mursi, o Exército poderá prender manifestantes no Egito
Mursi convocou para este sábado o início de um “diálogo nacional” com a oposição para tentar contornar a crise política do país. Representantes não islamitas, porém, já declinaram da proposta.
“O diálogo carece dos elementos básicos de uma negociação verdadeira e séria”, disse a Frente de Salvação Nacional, liderada pelo prêmio Nobel da Paz, Mohamed ElBaradei, o ex-secretário geral da Liga Árabe, Amr Moussa, e o ex-candidato presidencial Hamdin Sabahi.