O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez sua primeira fala como líder norte-americano na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira (21/09) declarando que o país não está “buscando uma nova Guerra Fria”.
Biden disse que seu governo está aberto “para conversar com todos”. “Não estamos buscando uma nova guerra fria, com o mundo dividido em blocos regionais. Os EUA estão prontos para trabalhar com qualquer país mesmo com discordâncias graves em várias áreas. Nós precisamos trabalhar juntos”, afirmou.
O mandatário norte-americano dedicou grande parte do discurso a falar sobre as ameaças cibernéticas e sobre garantias para os cidadãos terem seus direitos respeitados na esfera digital.
Desde que assumiu a Presidência, a diplomacia norte-americana está em conversas com outros aliados do Conselho de Segurança da ONU e da União Europeia para retornar ao pacto nuclear, afirmando que seu país “está pronto” para “voltar a respeitar o acordo nuclear”, firmado em 2015 e que o ex-presidente Donald Trump saiu em 2018, “se o Irã fizer o mesmo”.
O mandatário voltou a citar o Afeganistão ao ressaltar que é o primeiro presidente dos EUA que discursa na ONU sem o país estar em guerra em 20 anos e que esse é o sinal para o futuro. Com isso, ele citou as ameaças terroristas e lembrou do atentado cometido no aeroporto de Cabul durante a evacuação das tropas ocidentais.
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Biden disse que, em 20 anos, é o primeiro presidente que discursa na ONU sem que o país esteja em guerra com o Afeganistão
“O mundo de hoje não é o mundo de 2001. Os EUA não são os mesmos daquele ano. Nós temos como responder essa ameaça, sabemos como repelir os grupos terroristas, sabemos como evitar que eles tenham financiamento, e trabalhando em cooperação nós não precisamos confiar apenas em deslocamentos militares”, acrescentou.
Covid-19
Ainda em seu discurso, Biden defendeu que o mundo trabalhe “unido” para enfrentar a pandemia de covid-19 e as mudanças climáticas.
“Será que vamos lutar juntos para salvar as vidas e derrotar a covid-19? Vamos nos unir para acabar com a pandemia e com as demais que virão? Será que vamos usar as ferramentas que estão nas nossas mãos?”, questionou.
Segundo o mandatário, o mundo está “em um ponto de inflexão” e é preciso ressaltar os direitos humanos universais que são a base da criação da ONU.
Biden afirmou ainda que a solução militar “deve ser a última opção”. “O poder militar precisa ser nossa última ferramenta a ser utilizada e não pode ser utilizada como resposta a todos os problemas que vemos no mundo. A maior parte dos nossos problemas não podem ser resolvidos a bala. A covid-19, por exemplo, não é resolvida com balas”, pontuou.
(*) Com Ansa.