Após dois encontros realizados em Buenos Aires, os governos da Argentina e do Brasil não conseguiram resolver o impasse que afeta há três semanas a relação comercial bilateral. As licenças não-automáticas de importação serão mantidas como estavam, mas os dois países se comprometeram a retomar as negociações em até duas semanas no Brasil. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, confirmou o ecnocntro em uma frase: “Não estamos diante de uma crise na relação entre os dois países”.
“Não houve avanço prático de curto prazo”, disse nesta quarta-feira (25/05) o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Alessandro Teixeira, citado pela Telam, agências de notícias estatal argentina.
Os dois governos se comprometeram a liberar gradualmente as licenças pendentes, mas não estipularam datas ou quantidades, e se comprometam a ter vontade política para resolver o problema. “Gestos não são acordos”, completou Teixeira.
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Depois da discussão, Pimentel, confirmou a situação, mas se esforçou para mostrar que o problema não vai desgastar a relação com a Argentina – terceiro maior parceiro comercial do Brasil, depois da China e dos Estados Unidos.
“A reunião foi boa sob o ponto de vista técnico, mas não se estabeleceu nenhuma mudança em relação à situação que temos hoje. No entanto, é preciso esclarecer que não estamos diante de uma crise na relação entre os dois países”, afirmou.
O volume do comércio bilateral ao redor de 33 bilhões por ano, segundo dados do Mdic (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).
O conflito começou em 5 de maio, quando o Brasil, sem aviso prévio, decidiu suspender a entrada automática dos veículos argentinos. A medida afetou diretamente o comércio vizinho – as exportações de veículos representam 25% do total das exportações da Argentina. Com a medida, a autorização para um veículo argentino importado entrar no Brasil pode demorar até 60 dias para ser liberada.
Teixeira disse que o licenciamento não-automático de veículos está mantido por prazo indeterminado. Há, no entanto, uma regra da OMC (Organização Mundial do Comércio) que estipula um prazo de 60 dias para que a medida seja avaliada.
O secretário afirmou que a ideia é monitorar o aumento das importações de automóveis como um todo, não apenas da Argentina, como também de fornecedores como Coreia e China.
O Mdic nega que a possibilidade de se tratar de uma represália Argentina tem colocado para produtos como vinho e azeite de oliva, que ficam vários dias retidos nas alfândegas do país e chegam a perder a validade esperando a autorização de entrada.
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