Quase um ano após o forte tremor que abalou a região central e norte do Chile, a população local ainda enfrenta inúmeras dificuldades por conta da lentidão nas obras de recuperação das cidades. Em entrevista à rádio local Cooperativa nesta terça-feira (22/2), o prefeito do município chileno de Constitución, Hugo Tillería, reclamou da demora na recuperação da região afetada.
O prefeito reclamou que “faltam mais decisões” das autoridades, afinal “o inverno de 2011 está chegando e não temos uma só habitação construída”. “Foram entregues subsídios e documentações”, revelou Tilleria, que afirmou que a população ainda passa por dificuldades.
O terremoto de fevereiro do ano passado foi um dos mais arrasadores da história chilena, deixarando 802 mortos e 96 desaparecidos. O epicentro foi a 325 quilômetros da capital, Santiago, e atingiu 8,8 graus de magnitude.
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“Com terremotos dessa relevância, independente da segurança e do treinamento, sempre se espera grandes danos. A energia liberada é cerca de 3 mil vezes a usada [na bomba atômica] em Hiroshima. É claro que parte dessa energia se vai por calor, além do seu efeito ser atenuado com a distância. Mesmo assim é forte demais”, afirmou o sismólogo George Sand França, chefe do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB).
Preocupação
“Não temos avançado nada no campo social, nem um passo na área técnica, somente alguns centímetros”, afirmou Valeria Leal, diretora do Conselho de Organizações da cidade de Constituición. Valéria disse também que os habitantes ainda vivem em condições “paupérrimas”.
Nesta terça-feira (22/2), o presidente Sebastián Piñera assinou um projeto de lei que cria a Agência Nacional de Defesa Civil. O objetivo é estabelecer uma nova instituição na Secretaria Nacional de Emergência, com maiores atribuições e recursos.
Piñera pretende que a nova entidade, que deverá estar sempre preparada, seja rápida para reagir a tempo. O estado de emergência no país foi retirado em junho do ano passado pelo governo. No entanto, a região de Maule, no centro do Chile, ainda contém centenas de famílias sem acesso a um banheiro.
O jornal La Tercera divulgou parte de um relatório publicado pelo governo com o primeiro balanço dos estragos causados pelos desastres naturais. Foram danificadas 4.538 escolas entre as regiões de Valparaíso e Araucanía, no norte do país.
“Diante da dramática situação, o governo elaborou um plano integral de reconstrução para assegurar que todas as crianças e jovens de nosso país contem com a infra-estrutura necessária para sua educação”, revelou o documento publicado pelo jornal.
Há 11 dias, um novo forte terremoto de magnitude 6,8 graus atingiu o Chile. Apesar da forte magnitude, o terremoto não deixou vítimas ou danos materiais sérios.
(*) Com agências internacionais
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