O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, alertou hoje (10), durante a cúpula do G8 na Itália, que uma recuperação econômica global ainda está “muito distante” e que os líderes mundiais ainda não podem abandonar os esforços para impulsionar o crescimento.
“Embora nossos mercados estejam melhorando e parecemos ter evitado um colapso global, sabemos que muitas pessoas ainda estão com dificuldades”, disse Obama a repórteres após três dias de encontro do G8. “Concordamos que uma recuperação total ainda está muito distante, e que seria prematuro começar a desfazer nossos planos de estímulo”.
Ontem (9) ele disse ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que os Estados Unidos não conseguirão recuperar os níveis de consumo do período imediatamente anterior à crise econômica.
Obama alertou que os países cujo crescimento econômico vinha sendo impulsionado pelas exportações ao mercado americano, como a China e as economias do Sudeste Asiático, devem agora se voltar para políticas de impulso ao consumo interno.
“Estamos em um período de transição, estamos tentando encontrar o formato certo”, disse ele, acrescentando que a evolução vai demorar vários anos. No futuro, ele afirmou que economias emergentes influentes, como Brasil e China, precisam fazer parte de qualquer esforço colaborativo para lidar com os desafios globais.
“Uma coisa que eu espero é que tenham menos encontros de cúpula”, afirmou.
Ajuda
Obama dedicou atenção especial à sessão realizada esta manhã com países africanos e na qual os mais industrializados comprometeram 20 bilhões de dólares para a luta contra a fome e a segurança alimentar. O dinheiro financiará projetos agrícolas, ajudando dando fertilizantes, sementes e ajuda para desenvolver infraestrutura de longo prazo em países pobres, e também ajudará a combater a volatilidade dos preços de comida.
O plano marca uma mudança nos projetos contra a fome. Até então, a maior parte do dinheiro usado para combater a fome era usado em doações emergenciais de comida. Agora, segundo uma colocação do G8, “ações prioritárias devem incluir o acesso a melhores sementes e fertilizantes, promovendo um gerenciamento sustentável da água, das florestas e dos recursos naturais”.
Em discurso, Obama disse que a África os países pobres têm a obrigação de usar a ajuda de maneira transparente para criar instituições e um Estado de Direito que permita a prosperidade, reduzindo a corrupção e promovendo bons governos sem culpar as nações industrializadas ou um passado colonial por seus problemas. Mas ele também disse que as nações mais ricas tinham a “obrigação moral” de ajudar as outras nações a se tornarem auto-suficientes.“Não há motivos para que a África não possa ser auto-suficiente quando o assunto é comida” disse ele em uma conferência de imprensa.
Mês passado, a ONU (Organização das Nações Unidas) publicou uma previsão de que esse ano 1.02 bilhões de pessoas passarão fome no mundo.
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