O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, criticou nesta terça-feira (16/03) supostas atitudes da China em relação à ordem internacional, afirmando que o país utiliza “coerção” e “agressão” para se impor.
Para o governo chinês, a declaração de Blinken é “impopular” e uma prática “sem saída” que pretende “enfraquecer a ordem internacional”.
“O desenvolvimento da China significa uma força crescente para a paz mundial e uma oportunidade, ao invés de um desafio, para o mundo”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian.
Em viagem ao Japão, visita que marcou a primeira internacional de membros do alto escalão do governo Joe Biden, Secretário de Estado esteve acompanhado do Ministro das Relações Exteriores do Japão, Toshimitsu Motegi, e afirmou que o país espera estar “comprometido” com outras nações a fim de “promover valores no Pacífico Índico e por todo o mundo”.
Junto do secretário da Defesa norte-americana, Lloyd Austin, os representantes mantiveram conversas com autoridades japonesas, nas quais a China foi descrita como uma “ameaça”.
O porta-voz da China declarou, em resposta à posição dos norte-americanos, acreditar que uma possível cooperação entre EUA e Japão “deve promover a confiança e o entendimento mútuos, bem como beneficiar a paz e a estabilidade regionais”.
Nesse sentido, Lijian indicou que o país está comprometido em salvaguardar o sistema internacional, formado pelas Nações Unidas, e a ordem baseada no direito e nas leis, e não em interesses de países individuais para manter a própria hegemonia.
SecBlinken/Twitter
Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, diz estar comprometido em promover valores norte-americanos no mundo
“Na era da globalização, formar grupos contra países específicos com base na ideologia enfraquece a ordem internacional”, disse.
Pelo Twitter, Lijian disse que “ambos os lados precisam entender com precisão as intenções políticas do outro, melhorar o entendimento mútuo, gerenciar diferenças e trazer as relações bilaterais de volta ao caminho certo”.
Xi Jinping e Joe Biden
No começo de fevereiro, o presidente da China, Xi Jinping, e seu homólogo, Joe Biden, tiveram a primeira conversa formal por telefone. Ligação tratou assuntos desde a questão de segurança nacional como a gestão da pandemia da covid-19.
À época, a emissora CCTV informou que o mandatário chinês destacou que a prática do conflito direto, vista durante o período da presidência de Donald Trump, seria “um desastre para ambos os países” e que os dois lados “precisam respeitar-se”.
Conforme a estatal, o presidente chinês solicitou a retomada de um mecanismo de diálogo com os Estados Unidos a fim de gerir dossiês abertos e prevenir “incompreensões e erros” de análise, convidando a um “diálogo construtivo”.
As relações entre China e EUA se deterioram desde a presidência de Barack Obama, mas a situação se agravou durante o governo Trump, pela postura do republicano de usar o ataque direto e não através dos organismos multilaterais. Uma série de sanções políticas, econômicas, diplomáticas e tecnológicas foram implantadas ao longo dos últimos quatro anos.
(*) Com Telesur e Ansa.