Os 71% de votos que Pepe Mujica recebeu dos delegados da Frente Ampla em dezembro último o credenciam fortemente como candidato à presidência do Uruguai, mas a decisão só será ratificada em junho deste ano, nas eleições internas dos partidos, abertas a todos os eleitores uruguaios. Independentemente da preferência partidária, cada um pode escolher de qual pleito quer participar.
O Uruguai reúne oito partidos políticos, sendo as três principais forças políticas a coalizão Frente Ampla (FA), de orientação centro-esquerdista e formada por partidos, organizações e movimentos políticos, e os tradicionais Partido Colorado e Partido Nacional (Blanco). Todas as forças progressistas fazem parte da FA, com exceção do Partido Independente (PI) e do Partido dos Trabalhadores (PT).
Na Frente Ampla, Mujica (leia perfil), é o candidato mais à esquerda, enquanto Daniel Astori pende mais para o centro. Entre os colorados, o principal nome é o ex-presidente Juan María Bordaberry, autor do golpe de Estado que deu início à ditadura militar (1973-1984). Entre os “blancos”, há uma forte disparidade ideológica. Luis Alberto Lacalle, também ex-presidente (1990-1995), é de direita, enquanto Jorge Larrañaga está mais para o centro.
O Movimento de Participação Política (MPP), criado três anos após a abertura política, é liderado por Pepe Mujica, que foi integrante do MLN (Movimento de Libertação Nacional), ou Tupamaros, grupo guerrilheiro que atuou nas décadas de 1960 e 1970. Foi extinto durante a ditadura e depois retornou ao cenário político.
A Frente Ampla, com o candidato Tabaré Vázquez, venceu pela primeira vez uma eleição presidencial em 2004. Na ocasião, a esquerda obteve maioria absoluta no Senado (17 cadeiras, contra 11 do Partido Nacional e três do Partido Colorado).
Desde 1984, os presidentes são eleitos por voto direto. O mandato é de cinco anos.
NULL
NULL
NULL