O novo presidente iraniano, Hassan Rowhani, eleito com 50,68% dos votos, saudou “a vitória da moderação sobre o extremismo” em uma mensagem lida neste sábado (15/06) na televisão estatal. “Esta vitória é a da inteligência, da moderação e do progresso sobre o extremismo”, afirmou Rowhani. As informações são da agência de notícias France Presse.
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Ele pediu também que a comunidade internacional “reconheça os direitos” do Irã ao se referir às negociações nucleares com as grandes potências.
“No cenário internacional, com a oportunidade criada por esta grande epopeia popular, que aqueles (os países ocidentais) que pregam a democracia, o entendimento, o livre diálogo, falem com respeito ao povo iraniano e reconheçam os direitos da República Islâmica para que ouçam uma resposta apropriada”, afirmou.
Agência Efe
Enquanto o país sofre uma grave crise econômica devido às sanções ocidentais impostas ao Irã por causa de seu controverso programa nuclear, Rowhani assegurou que “a presença poderosa” do povo “trará calma, estabilidade e esperança em matéria econômica”.
Finalmente, expressou “sua gratidão com o guia supremo” iraniano, aiatolá Ali Khamenei, do qual disse ser “o neto” e elogiou “o papel de Akbar Hashemi Rafsanjani e de Mohamed Khatami”, os dois ex-presidentes moderado e reformista, em sua vitória.
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Rowhani ficou à frente do prefeito conservador de Teerã, Mohamed Bagher-Ghalibaf, e do chefe dos negociadores na questão nuclear, Said Jalili, que era apoiado pela ala dura do regime.
Após uma campanha morna, este aliado do ex-presidente moderado Rafsanjani, foi beneficiado pela desistência do candidato reformista Mohamed Reza Aref e recebeu o apoio na terça-feira do líder dos reformistas, Mohamed Khatami.
Futuro do Irã
A vitória do candidato apoiado pelos campos moderado e reformista não significa uma guinada na política da República Islâmica em temas estratégicos como o nuclear ou as relações internacionais, que estão sob a autoridade direta do aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do país. No entanto, a chegada de Rowhani ao poder pode trazer mudanças em áreas como a economia, os direitos civis e a situação da mulher.
Rowhani foi eleito em meio a uma grave crise econômica causada pelas sanções internacionais impostas ao Irã em razão de seu polêmico programa nuclear. Ele substitui Mahmud Ahmadinejad, que governou o país durante oito anos.
Apesar de alta, a taxa de participação nesta eleição ficou bem abaixo da de 2009, quando 85% dos iranianos aptos a votar compareceram às urnas, de acordo com as autoridades.
Nenhuma irregularidade foi constatada, indicou o Conselho dos Guardiões da Constituição, mas o relator especial da ONU para os direitos humanos no Irã, Ahmed Shaheed, havia considerado antes da votação que o ambiente político no país não permitia classificar o processo de “livre e igualitário”.