O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou recentemente uma “ordem secreta” autorizando a ampliação do papel das tropas norte-americanas no Afeganistão em 2015. Os soldados atuarão contra o Talibã e terão “um papel direto no combate”. A medida contraria o que foi sinalizado em maio deste ano, quando o mandatário decidiu que a partir de 2015 as tropas teriam a responsabilidade somente de treinar oficiais afegãos e trabalhar em atividades de contraterrorismo, sem participar de combates.
A informação foi divulgada com exclusividade pelo jornal The New York Times.
Agência Efe
“Acho que os norte-americanos aprenderam que acabar com uma guerra é mais difícil do que iniciá-la”, disse Obama em maio deste ano
A decisão de Obama significa uma extensão do que havia sido planejado para o próximo ano, mas não tem impacto sobre o número total de tropas norte-americanas que permanecerão no país. Os acordos com o Afeganistão fechados este ano preveem a presença no país de 9.800 soldados americanos até o final de 2015, após a retirada da OTAN (Organização do Tratado Atlântico Norte) em dezembro de 2014. O mandatário pretende retirar todos os soldados do país até 2016, quando termina seu segundo mandato.
A ordem presidencial autoriza, sob determinadas circunstâncias, os bombardeios norte-americanos para apoiar as operações militares afegãs, assim como o desdobramento de tropas terrestres para ajudar em operações contra os talibãs, além de legalizar o uso de bombardeiros e “drones” (aviões não tripulados) para auxiliar as as missões de combate, segundo detalharam ao jornal fontes da Administração, do Congresso e do Pentágono.
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A missão do país no Afeganistão, que se encerra em dezembro deste ano, previa ação somente contra a Al-Qaeda, mas a atuação do Talibã é maior no país.
De acordo com o periódico, a mudança na estratégia responde às pressões do Pentágono para completar com sucesso a missão no país, onde os Estados Unidos travam a mais longa guerra de sua história. Para a decisão, foram fundamentais o avanço do Estado Islâmico no norte do Iraque e o colapso do Exército iraquiano.
Um funcionário do governo disse à agência Associated Press, na condição de anonimato, que o Exército só poderia perseguir o Talibã se o grupo representasse uma ameaça para as forças norte-americanas ou se fornecesse apoio direto para a Al-Qaeda, enquanto os combatentes da Al-Qaeda podiam ser alvo de ações militares.