O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou nesta sexta-feira (20/09) que a recusa dos republicanos conservadores em aumentar o teto da dívida é “o cúmulo da irresponsabilidade” e transformará o país em uma “nação caloteira”.
“Se não elevarmos o teto da dívida, seremos caloteiros”, disse Obama, durante visita a uma fábrica da Ford em Liberty, no estado do Missouri. Ele também disse que os republicanos mais conservadores estão “tentando atrapalhá-lo”, ao ameaçar cortar os fundos destinados à reforma da saúde de 2010 e se recusar a elevar o teto da dívida.
Com a medida aprovada hoje na Câmara dos Deputados, dominada pelos republicanos, o governo permanece com fundos até dezembro, mas, em oposição, o programa de saúde considerado a maior vitória de Obama terá seus gastos cortados. O presidente prometeu vetar o projeto caso seja aprovado, o que é improvável, uma vez que o Senado tem maioria democrata, e criticou os republicanos por terem votado a favor.
Agência Efe
O presidente Barack Obama apelou ao Congresso: “Só faça o seu trabalho”, pediu
“Infelizmente, agora, o debate em curso no Congresso não está cumprindo o teste de ajudar as famílias de classe média”, afirmou Obama. “Eles não estão focados em vocês. Estão focados em política, em me atrapalhar. Não estão focados em vocês”, criticou.
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Obama também tentou menosprezar os legisladores que aprovaram o corte de gastos para a reforma da saúde afirmando que “o dever constitucional mais básico que um Congresso tem é aprovar um orçamento”.
Especificamente sobre o teto da dívida, Obama afirmou que “isso não é uma coisa abstrata”, acrescentando que não elevá-lo seria “profundamente destrutivo”, condenando o país a uma “pirueta econômica”. “É isso que o Congresso está ameaçando fazer, dizer ‘Eu não vou pagar as contas’”.
“Nós não somos uma nação caloteira. Nós somos o alicerce de investimentos do mundo. O mundo inteiro olha para nós para ter certeza de que a economia global está estável”, insistiu Obama. “Nós somos os Estados Unidos da América, não somos uma república de bananas”, acrescentou o presidente, apelando ao Congresso para que “só faça o seu trabalho”.
O chefe de Estado se esforçou para explicar que o aumento do teto da dívida – que dará ao governo a capacidade de honrar seus pagamentos – não é o mesmo que elevar o déficit orçamentário anual e não inclui novos gastos.
A iniciativa republicana, que deve ser rejeitada pelo Senado, dá indícios de um desacordo final sobre o orçamento federal, o que pode tornar inevitável o fechamento do governo por falta de fundos a partir de 1º de outubro. Nesse sentido, as declarações de Obama reforçam a linha política da Casa Branca, democratas e de alguns republicanos no Congresso, que veem a estratégia conservadora como um passo para o desastre fiscal.