Em “ponto morto”. Foi dessa forma que o coordenador geral da Frente Nacional de Resistência contra o golpe de Estado e representante de Manuel Zeyala, Juan Barahona, definiu o estágio das negociações com os golpistas. O impasse se deve à insistência de Roberto Micheletti em negar o direito do líder legítimo de Honduras de retornar à presidência, princípio considerado essencial pela missão de chanceleres da OEA (Organização dos Estados Americanos), que concluiu hoje visita à Tegucigalpa.
EFE
Insulza, em visita à Embaixada do Brasil, ontem (7)
Barahona acrescentou que a resistência popular que exige a
restituição de Zelaya não cederá nessa exigência, nem na da instalação
de uma Assembleia Constituinte, por ser “um direito do povo”.
O líder popular ressaltou que “o ponto um (da negociação) é a
restituição do presidente Zelaya”, e que “enquanto não se avança nesse”
ponto, não se pode passar “para o dois, o três e os demais”.
“Temos um prazo até 15 de outubro. Se não houver um acordo, não
sabemos o que vai acontecer”, disse.
Um dos membros da comissão negociadora de Micheletti, Arturo
Corrales, afirmou que o diálogo “não está em ponto morto, porque em
duas horas já se estabeleceu uma agenda”.
Diálogo
A missão da OEA manifestou seu convencimento de que o diálogo pode levar à superação da crise política no país, gerada pela deposição do presidente eleito de Honduras, Manuel Zelaya, no dia 28 de junho.
“A missão da OEA está convencida de que o diálogo iniciado com participação direta das partes pode levar à superação da crise política enfrentada pelo país”, ressalta a organização, em uma declaração em Tegucigalpa, onde a missão se encontra desde ontem.
A OEA, que acompanhou o início do diálogo, “tem a esperança de que os integrantes da mesa assumam plenamente a responsabilidade que foi encomendada e de que seu trabalho permitirá abrir o caminho que poderia levar Honduras à recuperação da ordem democrática”, segundo o comunicado.
A missão de chanceleres e representantes de países do continente americano, da Espanha e das Nações Unidas, liderada pelo secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, concluiu sua visita com a entrega da declaração, que foi lida pelo ministro das Relações Exteriores da Costa Rica, Bruno Stagno.
Victor Meza, ministro de governo de Zelaya, disse a jornalistas que, “até o momento”, estão “satisfeitos com os resultados”, porque foi elaborada uma agenda para o diálogo.
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