Agência Efe (19/10/12)
Explosão de carro-bomba deixou dezenas de feridos e oito mortos, além de ter destruído carros e edifícios em Beirute
Um alto oficial do serviço de inteligência libanês, Wissam al Hassan, foi morto nesta sexta-feira (19/10) em decorrência de um atentado terrorista ocorrido no centro de Beirute, capital do país. O ataque deixou pelo menos oito mortos e oitenta feridos.
No início da tarde desta sexta (19/10), um carro repleto de bombas explodiu em uma das ruas mais movimentadas do bairro cristão de Ashrafiyeh. Até o momento, nenhuma organização assumiu a autoria do atentado que permanece um mistério para autoridades e especialistas.
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A confirmação da morte de Hassan ofereceu uma nova perspectiva ao ataque e jornais internacionais começam a apontar a possibilidade de o oficial ter sido o verdadeiro alvo das explosões.
Chefe do Poder de Informação das Forças de Segurança Interna, Hassan foi o líder de recente operação responsável por desmantelar rede que planejava bombardeios contra seus opositores no Líbano. A investigação levou à prisão de Michel Samaha, político libanês ligado ao presidente sírio Bashar al Assad e oponente de Hassan.
O jornal britânico The Guardian informou sobre a possível existência de relatos de que o oficial libanês estava sendo ameaçado de morte desde o final da operação.
Hassan era membro do movimento político Março 14, criado em 2005 depois do assassinato do líder libanês de Rafik al Hariri e que passou a ser liderado por seu filho, o ex-primeiro-ministro Saad Hariri. Acredita-se que o Hezbollah e forças sírias planejaram o atentado contra Rafik.
Saad Hariri, filho do líder libanês assassinado, acusou o presidente sírio de estar por trás do atentado. “A identidade de quem matou Wissam al Hassan está clara como o dia. Com certeza, o povo libanês não silenciará sobre este terrível crime e eu, Saad Hariri, prometo que não vou me silenciar”, disse ele em entrevista à rede Future Television.
O líder druso Walid Jumblatt também acredita que Assad é o responsável pela morte de Hassan. “Nós não podemos acusar ninguém dentro do Líbano para não darmos nenhuma desculpa para Bashar se aproveitar do nosso país”, afirmou. “Existe um serviço de inteligência que está muito enraizado no Líbano: a inteligência síria. Tem mais de um Michel Samaha neste país”.
Outros parlamentares libaneses apontaram o envolvimento do Hezbollah no atentado, informou o jornal espanhol El Pais. As explosões aumentaram o temor de que o conflito sírio se espalhe para o país vizinho e que uma guerra civil ecloda no Líbano.
O atentado também afetou a sede do Partido Falangista, uma organização política maronita de extrema-direita vinculada à guerra civil no Líbano (1975 – 1990). “Não podemos seguir assim. Já basta”, disse o líder falangista Sami al Gemeayel citado pelo El Pais.