O escritório do Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos
na Colômbia confirmou hoje (8/9) que há, pelo menos, 446 corpos não
identificados enterrados na cidade de La Macarena, no Sul do país. As
autoridades atribuem as mortes à luta armada entre as forças de
segurança do governo da Colômbia e as guerrilhas que atuaram no país em
2002. Existe a suspeita de que essas mortes configurem o caso dos “falsos positivos”, o assassinato de civis inocentes para inflar o número de baixas inimigas obtidas pelos militares.
Em
um comunicado, a agência da ONU informou estar preocupada com a falta
de controle eficaz, de registros adequados sobre as mortes na Colômbia e
de detalhes sobre as circunstâncias em que ocorreram. Segundo o
documento, é urgente identificar os corpos localizados no Cemitério de
La Macarena e buscar os responsáveis.
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De 2002 a 2010, a comissão
nacional que atua na busca de desaparecidos no Sul da Colômbia registrou
588 pessoas, sem obter informações a respeito do desaparecimento delas.
Para as Nações Unidas, é fundamental incluir os dados sobre os 446
corpos localizados em La Macarena. De acordo com as autoridades, a
expectativa é que essa descoberta contribua para evitar casos
semelhantes no futuro.
Ao passar pelo Brasil na primeira semana de setembro,
o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, ratificou que o combate
aos grupos armados no país está entre as prioridades de governo. Segundo
ele, a colaboração dos países no combate é a condenação constante do
uso do terrorismo como instrumento político.
Santos rechaçou a
eventual colaboração do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
na luta contra as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e o
ELN (Exército da Libertação Nacional). Segundo o presidente colombiano, o
combate às guerrilhas é assunto interno do país.
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