O alto comissário das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), Filippo Grandi, disse nesta segunda-feira (30/08) que a retirada de civis do Afeganistão está chegando ao fim ao passo que uma crise humanitária “ainda maior” no país está “apenas começando”.
Grandi destacou que o Afeganistão ainda terá quase 40 milhões de afegãos precisando de algum tipo de suporte. Segundo ele, a partir do momento em que as imagens do aeroporto de Cabul, que estão causando “compaixão ao redor do mundo”, deixarem de serem exibidas, “ainda haverá milhões de pessoas precisando de ação da comunidade internacional”.
A mensagem do chefe da Acnur foi divulgada no mesmo dia em que o Conselho de Segurança reúne-se em consultas sobre a situação na região. Grandi recorda que os esforços para retirar civis do Afeganistão são louváveis, mas 39 milhões de pessoas continuarão vivendo no país.
O alto comissário para os Refugiados destaca que são esses civis que precisam do apoio de governos, parceiros humanitários e dos cidadãos comuns. Desde o começo do ano, de acordo com a ONU, a violência levou 3,5 milhões de afegãos a abandonarem suas casas.
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Chefe da Acnur disse que o Afeganistão ainda terá quase 40 milhões de afegãos precisando de algum tipo de suporte
Nesse sentido, Grandi afirma que esses civis precisam ter a oportunidade de buscar proteção internacional. Ele defende que as fronteiras permaneçam abertas ressaltando a importância das nações vizinhas ao Afeganistão receberem mais apoio do que nunca.
Como exemplo, o chefe da Agência da ONU para Refugiados mencionou o Paquistão e o Irã, países que já receberam milhões de refugiados afegãos nas últimas décadas. Segundo Grandi, outras nações precisam “compartilhar esta responsabilidade humanitária”.
Grandi ainda defende soluções de longo prazo para os refugiados e deslocados internos no Afeganistão, já que a realidade do país continuará para diversas pessoas, mesmo após os aviões deixarem de vez o aeroporto de Cabul.
(*) Com ONU News.