Soldados da ONU na República Democrática do Congo lançaram nesta terça-feira (03/12) drones (aviões não tripulados) para monitorar as fronteiras instáveis com Ruanda e Uganda. É a primeira vez que a organização utiliza esse tipo de equipamento para vigilância.
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Segundo a Al Jazeera, as aeronaves serão usadas para procurar ameaças provenientes de grupos armados locais ou estrangeiros no leste do país, rico em minerais. Tanto a RDC (República Democrática do Congo) quanto a ONU acusam Uganda e Ruanda de enviarem armas e tropas para apoiar a milícia M23 (Movimento de 23 de março), recentemente derrotada.
Reprodução ONU
Um dos drones lançados pela ONU na República Democrática do Congo; objetivo é monitorar fronteiras e grupos armados
“Os drones nos permitirão ter informações confiáveis sobre o movimento da população nas áreas onde existem grupos armados”, afirmou o secretário-geral adjunto da ONU para missões pacificadoras, Hervé Ladsous. “Vamos fiscalizar as áreas onde há grupos armados e podemos controlar a fronteira”.
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As equipes da ONU têm sido criticadas em todo o mundo por não fazer o suficiente para acabar com o conflito no leste da RDC, uma região montanhosa e densamente florestada que o governo da capital Kinshasa se esforça para controlar há duas décadas.
O lançamento dos drones vem depois que a ONU ajudou a derrotar a M23, o grupo armado mais sério que atuou durante os 12 anos da administração do presidente Joseph Kabila. Foram lançados dois drones Falco feitos pela Selex ES, que faz parte do grupo de defesa italiano Finmeccanica.
Segundo o general brasileiro Carlos Alberto dos Santos Cruz, comandante da missão da ONU na República Democrática do Congo, os drones só voariam sobre território congolês, uma vez que os soldados da organização não têm mandato para operar em países vizinhos.