A crescente campanha no Chile em favor dos leões marinhos conta com apoio explícito de diversas organizações e setores da sociedade. Apresentado em janeiro, o Plano de Manejo Populacional de Leões Marinhos, que prevê a legalização da caça, foi recentemente impulsionado pela administração de Sebastián Piñera.
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O vice-presidente da Sociedade Chilena de Ciências do Mar, Eduardo Tarifeño, declarou que o plano “é mais uma demonstração da arrogância humana, dos que querem ser donos da natureza e não parte dela”. Outro apoio veio do presidente do Senado, o oposicionista Guido Girardi, que no lançamento da campanha SOS LEÕES MARINHOS afirmou que o Plano de Manejo Populacional “se baseia na suposição de que a costa chilena sofre uma praga de leões marinhos, que estaria assolando as reservas pesqueiras do país, o que carece de respaldo estatístico e científico”.
Apesar de a teoria da “praga dos leões marinhos” ser contestada pelo senador Girardi, a crise nas reservas pesqueiras chilenas é efetiva, e realmente incomoda os pescadores artesanais. Dados do Subsecretaria de Pesca (órgão ligado ao Ministério da Economia) demonstram que a capacidade de renovação dos recursos marinhos sofreu queda de aproximadamente 4% ao ano na última década.
Juan Carlos Cárdenas, diretor da ONG Ecoceanos, uma das responsáveis pela campanha SOS LEÕES MARINHOS, crê que a exploração excessiva dos recursos marinhos pelas grandes empresas do setor não é o único fator. Ele cita também a contaminação da costa pelas mesmas empresas, e principalmente, aponta como responsável uma política extremamente permissiva com a indústria salmoeira desde a gestão do socialista Ricardo Lagos.
Cárdenas também denunciou a falta de controle efetivo dos órgãos reguladores sobre as grandes empresas. “Nas províncias do sul, onde os grandes cativeiros de salmão ficam longe da costa, o SernaPesca sequer possui embarcações que permitam inspeção”.
Bonança
A crise não parece afetar a produção do salmão chileno, já que as grandes empresas do setor prevêem que as exportações em 2011 chegarão à cifra de 600 mil toneladas. Atualmente, o Chile é o segundo maior exportador de salmão do mundo com 32% do mercado internacional, atrás apenas da Noruega, com 46%.
O objetivo das empresas chilenas do setor é alcançar o primeiro lugar, e para isso vêm contando com a ajuda do Brasil, já que a venda de salmão chileno para brasileiros tem aumentado substancialmente. Segundo a Salmón Chile, associação que representa as grandes salmoneiras, depois dos Estados Unidos, o Brasil é o principal destino do salmão chileno.
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