Usando uma linguagem rude, a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, afirmou em entrevista publicada neste sábado (26/05) que a população grega deve “começar a se ajudar pagando seus impostos” e se disse menos preocupada por seu destino do que pelo das crianças da África.
“Penso que os gregos devem começar a se ajudar coletivamente” pagando seus impostos, disse ao jornal britânico The Guardian, referindo-se ao problema de evasão fiscal sofrido pelo país. Ao ser interrogada sobre as dificuldades do povo grego, como a onda de suicídios e a dificuldade em conseguir remédios essenciais, Lagarde respondeu: “Em relação aos gregos, também penso nas pessoas que em todos os momentos buscam não pagar impostos”.
“Penso mais nas crianças de um pequeno povoado do Níger que ficam duas horas no colégio, compartilhando uma cadeira para três, e que sonham em ter uma boa educação. Penso nisso todo o tempo, porque acredito que precisam de mais ajuda do que as pessoas em Atenas”. Questionada pela publicação se a questão essencial era que, chegou a hora de os países europeus, que tiveram anos de bonança, pagarem por isso, Lagarde respondeu: “exatamente”.
Lagarde assegurou que o FMI (Fundo Monetário Internacional) não tem a intenção de flexibilizar os termos do plano de rigor imposto à Grécia, em troca de um multimilionário plano de resgate, adiantando que o país tem de “fazer mais” para superar a crise e deve aceitar que há “um preço” a pagar por ser membro da zona do euro. Ela ainda insistiu que a zona euro tem de fazer um esforço maior para estimular o crescimento, não através de programas de estímulo, mas de reformas estruturais das suas economias.
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