A presidente da Argentina Cristina Kirchner fez de tudo para que festa do bicentenário da independência do país fosse decididamente latino-americana.
Nesta terça, o último dia de comemorações, a chefe de Estado não deu um passo sequer sem a presença de sete colegas latino-americanos: Evo Morales (Bolivia), Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Sebastián Piñera (Chile), Rafael Correa (Ecuador), Fernando Lugo (Paraguay), José Mujica (Uruguay) e Hugo Chávez (Venezuela).
Leo la Valle/Efe
Cristina caminha acompanhada do marido, Néstor, do presidente boliviano, Evo Morales e do presidente Lula
Manuel Zelaya, ex-presidente hondurenho deposto em um golpe de Estado no ano passado, também esteve presente, o que foi interpretado como uma resposta à decisão do presidente colombiano Álvaro Uribe, de receber ontem Porfirio Lobo, eleito em novembro.
“Com todo o respeito em relação à Espanha, queria comemorar este bicentenário acompanhada pelos homens responsáveis dos governos de América Latina. Temos diferenças, mas um objetivo comum: conseguir mais liberdade, mais equidade na distribuição das riquezas, mais educação e saúde para nossos povos”, declarou a presidente durante discurso pronunciado em cadeia nacional.
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A solenidade oficial começou com a inauguração da Galeria dos Patriotas Latino-americanos, que destaca as “vitórias” e os “fracassos” da América Latina. Nas paredes da sala, que ganhou o nome de “Salão dos heróis do Bicentenário”, foram pendurados fotos e pinturas que homenageiam homens e mulheres que lutaram pela libertação do continente.
Entre os quadros, que retratam em sua maioria presidentes latino-americanos, aparecem os rostos de Agustín César Sandino, Hipólito Yrigoyen, Ernesto “Che” Guevara, Eva Duarte, Juan Perón, Juan Manuel de Rosas, Túpac Amaru, Simón Bolívar, José Martí, José Artigas, Jacobo Arbenz, Hipólito Yrigoyen, Tiradentes e Getúlio Vargas, entre outros.
“Aqui estão todos. Estão nossas grandes vitórias, e também nossos fracassos”, disse a presidente, antes de acrescentar: “quero homenagear os que durante os últimos 200 anos deram a vida por uma América Latina mais democrática. Alguns podem não gostar, mas nossos povos estão bem melhores hoje que há cem anos”.
Cristina lembrou que a celebração do primeiro centenário foi organizada “em um país onde tinha declarado o estado de sitio, onde os imigrantes, que trouxeram idéias anarquistas e socialistas, foram reprimidos”.
Naquela época, insistiu, “não existia direitos sociais e era muito difícil ser sindicalista, como você, Lula”, afirmou. “Com vitórias e com tragédias, chegamos a 200 anos com a democracia mais profunda de nossa história”, completou.
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