A embaixada dos Estados Unidos em Honduras afirmou nesta terça-feira (21/02), em Tegucigalpa, que a causa do incêndio na Colônia Penal Agrícola de Comayagua, em Honduras, que provocou 360 mortes, foi “acidental”. A declaração foi feita após a realização de um estudo, realizado pela AFT (Agência de Bebidas Alcoólicas, Tabaco e Armas de Fogo dos EUA), em conjunto com o Corpo de Bombeiros e o Ministério Público hondurenhos.
Efe
Segundo a Equipe de Resposta Internacional, subdivisão da AFT que participou da investigação, “um cigarro, um isqueiro ou um fósforo” podem estar na origem do fogo. O informe também critica as deficiências de segurança do sistema penitenciário hondurenho.
Um documento oficial está sendo preparado pela AFT e será em breve entregue pela embaixada dos EUA ao governo aliado de Porfírio Lobo, que assumiu a presidência do país após um golpe de Estado contra o então presidente Manuel Zelaya.
O promotor-geral de Honduras, Luis Rubbi, confirmou a versão daembaixada. Horas antes do anúncio do informe, em entrevista a uma rede de televisão local, ele afirmou que está descartada a hipótese de um curto-circuito ou do uso de gasolina para propagar o fogo – como já havia levantado a imprensa local após depoimentos de detentos que conseguiram escapar à tragédia.
Segundo o relatório, o fogo teve início na parte superior de dois beliches localizados em uma cela da área ocidental da casa de detenção, que acabou atingindo materiais inflamáveis que se encontravam próximos.
Insegurança
Entre as diversas práticas inadequadas encontradas pelo levantamento, está a superpopulação carcerária no presídio, a presença de materiais inflamáveis, a escassez de funcionários e a ausência de um plano de evacuação viável para os detentos.
Segundo um comitê de familiares dos presos, mais de 70% dos ocupantes da prisão estavam detidos estavam em Comayagua sem que houvesse uma sentença definitiva.
Organizações de direitos humanos apontaram a polícia como uma das responsáveis pelo tragédia. Após ouvirem testemunhos dos sobreviventes, acreditam em um massacre planejado. Segundo elas, as portas da prisão não foram abertas para os presos que tentavam escapar, alguns dos que conseguiram fugir foram baleados e a entrada dos bombeiros no local teria demorado muito.
No próximo dia 28 de fevereiro, a Corte IDH tomará conhecimento em audiência pública sobre o caso do incêndio no Centro Penal de San Pedro Sula.
Antecedentes
Dois incêndios semelhantes ocorreram em Honduras. Em 17 de maio de 2004, um incidente causou a morte de 107 presos no Centro Penal de San Pedro Sula, devido a, segundo as autoridades, problemas estruturais da prisão. Um incêndio semelhante ocorreu em abril de 2003, na fazenda prisão de La Ceiba, Atlântida, matando 68 pessoas.
No próximo dia 28 de fevereiro, a Corte IDH tomará conhecimento em audiência pública sobre o caso do incêndio no Centro Penal de San Pedro Sula.
NULL
NULL
NULL