O governo de Israel declarou nesta segunda-feira (6/12) que o reconhecimento pela Argentina de um Estado palestino com as fronteiras prévias à Guerra dos Seis Dias de 1967 “não ajuda” na resolução do conflito do Oriente Médio.
“Trata-se de uma decisão que não ajuda na resolução do conflito. Esse Estado palestino não existe e só pode ser estabelecido mediante negociação”, afirmou em declarações à agência de notícias espanhola Efe a diretora-geral do departamento para a América Latina e o Caribe do Ministério de Assuntos Exteriores israelense, Dorit Shavit.
Leia mais:
Argentina reconhece oficialmente existência de Estado palestino
Análise: O Estado de Israel é a origem do ódio
Entrevista: pessimismo impera entre crianças de Gaza
Israel critica decisão do Brasil de reconhecer Estado palestino
Para centro palestino nos EUA, reconhecimento do Brasil pode ser decisivo
“Israel está fazendo muito dinheiro com a ocupação da Palestina”, diz economista israelense
“Além disso, antes da guerra de 1967 os territórios desse suposto estado – Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental – não estavam sob o controle político dos palestinos, mas dos egípcios e dos jordanianos”, acrescentou a funcionária israelense.
A reação das autoridades israelenses contrasta com a das palestinas, que agradeceram a decisão argentina.
“É uma mensagem muito clara de respeito à legalidade internacional e contra o colonialismo. Gostaria de agradecer pessoalmente a nossa grande amiga (a presidente argentina) Cristina Fernández de Kirchner e abraçar o amigo povo argentino por este grande gesto de solidariedade”, disse Nabil Shaath, assessor do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas.
O reconhecimento foi anunciado nesta segunda-feira (6/12) em Buenos Aires pelo chanceler argentino, Héctor Timerman, quem em declarações aos jornalistas disse que se tratou de uma decisão que o país coordenou com Brasil e Uruguai.
“O governo argentino compartilha com seus parceiros do Mercosul, Brasil e Uruguai, a opinião de que chegou o momento de reconhecer a Palestina como um Estado livre e independente”, disse Timerman ao ler um comunicado na sede do ministério de Assuntos Exteriores.
O reconhecimento da Argentina se dá após o Brasil ter adotado na sexta-feira a mesma decisão.
Em Ramallah – sede administrativa da ANP e que permanece sob ocupação israelense – espera-se que nos próximos dias o Uruguai também anuncie o reconhecimento de um Estado palestino com as fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias.
Siga o Opera Mundi no Twitter
Conheça nossa página no Facebook
NULL
NULL
NULL