O parlamento grego votou na noite desta terça-feira (22/10) a suspensão do financiamento estatal do partido de extrema-direita Aurora Dourada. A nova lei permite um congelamento, por tempo indeterminado, dos fundos de partidos cujos líderes sejam acusados de envolvimento com grupos criminosos ou terrorismo.
O líder da Aurora Dourada e dois de seus representantes no parlamento estão sob custódia à espera de julgamento por acusações de participação em organizações criminosas. As prisões preventivas foram determinadas após o assassinato de Pavlos Fyssas, um rapper antifascista supostamente morto por um membro do partido. O Aurora Dourada, entretanto, nega qualquer relação com o suspeito.
Agência Efe
Número 2 do Aurora Dourada, o advogado Christos Pappas, é preso na Grécia
Ainda assim, o fato ocorrido do último mês aumentou os pedidos e as manifestações para que o partido seja banido. Ontem, o projeto do parlamento foi aprovado por 235 votos, entre 300 possíveis. Assim, o Aurora Dourada pode ficar sem U$S 1,2 milhão no próximo ano.
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O Aurora Dourada cresceu bastante nos últimos anos, apoiado em fortes políticas anti-austeridade e anti-imigrante, até se tornar o terceiro partido mais popular da Grécia. O assassinato de Fyssas, entretanto, provocou uma queda na aceitação do partido de extrema-direita. O primeiro-ministro, Antonis Samaras, o descreveu como “gangue de neonazistas” que ameaça a democracia. Apesar de usar um emblema preto e vermelho parecido com uma suástica, o Aurora Dourada nega que tenha orientação neonazista.
O partido é acusado de diversos ataques a imigrantes e oponentes políticos. As prisões de seu líder e de dois outros membros foram as primeiras envolvendo políticos eleitos na Grécia desde um golpe militar em 1967. Se forem condenados, eles podem ter uma pena de mais de dez anos. Se forem absolvidos, o Aurora Dourada receberá o financiamento estatal a que tem direito.