O Parlamento haitiano terá quatro dias, a partir desta quarta-feira (10/02), para eleger um presidente de governo provisório que conduza o processo eleitoral para a escolha de um novo mandatário para o país. A comissão encarregada de realizar o processo foi anunciada hoje pelo primeiro-ministro, Evans Paul, que ocupa interinamente o posto mais alto do Haiti desde domingo (07/02), quando o ex-presidente Michel Martelly encerrou o mandato.
Agência Efe
O ex-presidente Michel Martelly em seu último discurso, no dia 7 de fevereiro
A comissão, que faz parte das medidas acordadas para tentar solucionar a crise política vivenciada pelo país desde o ano passado, possui 15 membros. Eles são encarregados de receber e estudar as propostas de cada candidato à presidência do governo provisório. O processo de envio e análise das candidaturas se encerrará no próximo domingo (14/02).
O novo chefe de governo ocupará o cargo por 120 dias, período durante o qual devem organizar novas eleições presidenciais. O resultado deverá ser divulgado no dia 6 de maio e no dia 14 o eleito deve se instalar no Palácio Nacional.
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Enquanto isso, Evans Paul reiterou o convite a todos os setores políticos do país de se reunirem para discutir soluções para a crise.
Crise política
O Haiti vive uma crise política desde outubro do ano passado quando milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra supostas fraudes no processo eleitoral. As manifestações, quase diárias, fizeram com que o CEP (Conselho Eleitoral Provisório) cancelasse o segundo turno das eleições, como fora solicitado também pela oposição.
Durante o primeiro turno, o candidato Jovenel Moise — apoiado pelo ex-presidente Michel Martelly — foi o mais votado, seguido do candidato da oposição, Jude Celestin que, apoiado por outros sete candidatos opositores, se recusou a participar do segundo turno. Assim, a segunda votação foi adiada duas vezes e acabou não acontecendo.
A população saiu às ruas em apoio aos seus respectivos candidatos, gerando protestos violentos. Alguns chegaram a pedir a renúncia do então presidente Martelly e foram duramente reprimidos pela polícia.