O candidato do Peru Livre à Presidência do país, Pedro Castillo, pediu nesta terça-feira (25/05) que o governo peruano inicie as investigações sobre o ataque que deixou aos menos 16 mortos no último domingo (23/05).
Em um evento de campanha na região de Huánuco, Castillo declarou que, tanto ele quanto seu gabinete, estão “disponíveis” para “realizarem todas as investigações” que forem necessárias para elucidar o caso. “O Peru não pode se prestar a essas coisas […] que as investigações sejam feitas, por isso estamos aqui”, disse o candidato à imprensa, que também se solidarizou com as famílias das vítimas.
No domingo, ao menos 16 pessoas, incluindo menores de idade, foram mortas durante um ataque em um bar na região do Vale dos Rios Apurímac, Ene e Mantaro, conhecida como Vraem.
O Comando Conjunto das Forças Armadas (CCFFAA) do país atribuiu o episódio ao Sendero Luminoso, por, segundo as autoridades, haver operações ativas do grupo guerrilheiro formado nos anos 60 na região.
Ainda de acordo com o Comando do Peru, foi encontrado, ao lado dos corpos, supostos folhetos do Sendero pedindo um “boicote” ao segundo turno das eleições presidenciais que acontecem dia 6 de junho. Segundo a polícia, os panfletos também falavam em voto branco contra à candidata do Força Popular, Keiko Fujimori, que disputa a vaga com Castillo.
A duas semanas do segundo turno presidencial, o atentado acirra a disputa política e a extrema-direita tenta atribuir culpa à esquerda ao querer apontar um vínculo entre o candidato do Peru Livre e o grupo guerrilheiro. No entanto, desde que venceu o primeiro turno do pleito em abril, Castillo negou qualquer laço entre ele e seu partido com o Sendero Luminoso.
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Castillo condenou o ataque deste domingo (23/05) e pediu que as ‘investigações sejam feitas’ no país
O sindicalista lidera as intenções de votos e tem uma vantagem nas pesquisas em relação à Keiko, filha do ex-ditador Alberto Fujimori. A pesquisa divulgada na sexta-feira (21/05) pela empresa Datum Internacional mostra que Castillo tem 44,9% das intenções, contra 40,1% da direitista.
Durante os eventos desta semana, Castillo condenou o massacre e pediu “que todo o peso da lei” recaia sobre os responsáveis, “sejam quem forem”. O candidato disse que “além de qualquer cenário político”, a vida das pessoas é uma prioridade.
Assim como Castillo, o Peru Livre, pelo Twitter, também condenou o episódio e declarou temer que tais ataques possam “favorecer” a direita peruana ao indicar que atos como de domingo estão se “tornando uma tradição”. “Nosso partido condena qualquer ato terrorista, como o ocorrido em Vraem. Os crimes que antecedem as eleições nesta área estão infelizmente se tornando uma tradição com objetivos políticos claros a favor da direita”, disse a organização.
Nuestro Partido condena todo acto terrorista, como el ocurrido en el VRAEM. Los crímenes ad portas de las elecciones en esta zona lamentablemente se estan convirtiendo en una tradición con claros objetivos políticos a favor de la derecha.
— Perú Libre (@PERU_LIBRE1) May 24, 2021
Por sua vez, Keiko disse que dá “respaldo total” ao presidente do Peru, Fernando Sagasti, e às Forças Armadas do país para “restabelecer a ordem”. “Não tenhamos medo, o que o terrorismo busca é deter o processo eleitoral. Não vamos permitir isso”, declarou.