Atualizada às 00:25 de 06/06/2016
Os primeiros resultados oficiais do segundo turno das eleições presidenciais do Peru, divulgados na noite deste domingo (05/06), indicam que Pedro Pablo Kuczynski, do partido PPK (Peruanos Por el Kambio), será o novo presidente do país.
O Escritório Nacional de Processos Eleitorais (ONPE) do Peru divulgou os resultados apurados de 51,7% das atas eleitorais, em que constam 50,59% dos votos para PPK e 49,41% para Keiko.
#ONPE emite nuevo avance de resultados al 51.7% de actas procesadas. En vivo vía https://t.co/thxI6s2fn4 pic.twitter.com/Un7sDPinCw
— ONPE (@ONPE_oficial) 6 de junho de 2016
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A candidata da Força Popular e filha de Alberto Fujimori (1990-2000) disse que vai esperar os votos de peruanos no exterior e das regiões rurais do país. “Vamos esperar com prudência a noite toda porque chegarão os votos do exterior, do Peru rural e do Peru profundo. Por isso estamos otimistas, por isso digo obrigada, Peru”, declarou do balcão do hotel onde está hospedada, em Lima.
Agência Efe
Pedro Pablo Kuczynski fala a apoiadores reunidos diante da sede de sua campanha em Lima
Pedro Pablo Kuczynski, virtual novo presidente peruano, também agradeceu o apoio dos eleitores e disse que vai seguir “com respeito os resultados oficiais”.
Uma sondagem do instituto Ipsos, considerado o mais confiável do país, divulgada após o fim da votação e antes dos primeiros resultados oficiais já indicava a vitória de PPK por uma estreita margem, tendo previsto 50,5% para o economista e 49,5% para Keiko.
No primeiro turno, realizado no dia 10 de abril, Keiko obteve 39,8% dos votos, seguida por Kuczynski, com 21%, e por Verónika Mendoza, candidata da coalizão de esquerda Frente Ampla, com 18,7%.
Apesar da vantagem indicada em pesquisas de intenção de voto desde o começo do processo eleitoral, a vitória de Keiko não era certa, afirmavam analistas políticos, especialmente pelo aumento de mobilizações contra a candidata. Keiko enfrenta forte resistência de movimentos sociais, que dizem que sua eleição resultaria em um retrocesso e um retorno ao fujimorismo, regime político identificado com seu pai, o ex-ditador Alberto Fujimori (1990-2000), que se encontra na prisão condenado por corrupção e violação de direitos humanos.
Kuczynski, de 77 anos, é identificado com setores empresariais estrangeiros. O economista – que usa as iniciais do seu nome (PPK) para dar nome ao partido “Peruanos por el Kambio” – é ex-funcionário do Banco Mundial e ex-ministro de Economia de Minas e Energia em 2001. De pai alemão e mãe franco-suíça, tem dupla cidadania e foi educado na Europa e nos Estados Unidos, o que lhe rendeu o apelido de “Gringo”.
PPK tenta se desvincular dessa imagem para se aproximar dos setores populares. Diz que, apesar de sua origem e seus laços, conhece “muito bem” o Peru. Segundo ele, hoje no país sul-americano é preciso resolver três problemas principais, que seriam segurança, economia “freada” e falta de investimento social.