Ao menos 8% de todos os bebês nascidos em 2008 nos Estados Unidos eram filhos de imigrantes ilegais, um percentual que é o dobro da população adulta de imigrantes ilegais, que é calculada em 4%, segundo um relatório publicado nesta querta-feira (11/8).
O estudo, que fala dos imigrantes ilegais em geral, destaca que três quartos partes deles são de origem hispânica.
A investigação do centro de estudos Pew Hispano Center, baseada em dados do censo, indica que dos 4,3 milhões de nascidos naquele ano no país, 340 mil crianças tinham ao menos um pai imigrante ilegal.
“Os adultos imigrantes têm maiores possibilidades do que os adultos nascidos no país de serem pais antes dos 18 anos, devido a sua estrutura de idade predominantemente jovem (como grupo) e aos altos índices de fertilidade”, destaca o estudo.
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Como corroboram os dados, as diferenças de idade entre os grupos explicam mais sobre esta nova geração de recém-nascidos e sua estrutura familiar. Os imigrantes ilegais têm 35,5 anos de idade média, dez anos mais jovens que os legais e 11 menos que os adultos nascidos nos EUA.
Por outra parte, os índices de fertilidade confirmam o outro fator: os que nasceram fora dos EUA tendem a ter mais filhos. Assim, a fertilidade de todas as mulheres entre 15 e 44 anos nascidas nos EUA é de 2%, enquanto que a das imigrantes é de 2,7%. As latinas nascidas fora do país têm mais filhos do que as nascidas nos EUA, 3,1% frente a 2,3%, segundo o relatório.
Outra explicação é que os imigrantes no geral têm filhos após terem conquistado situação econômica mais propícia no país, o que muitos deles conseguem quando chegam ao país.
O relatório faz um retrato da população jovem total do país. Segundo os dados, os EUA em 2008 tinham 17,1 milhão de filhos de imigrantes, ou seja, 23% de todas as crianças do país têm pais que nasceram em outro país.
Desses filhos, havia 5,1 milhões de jovens menores de 18 anos com pais imigrantes ilegais, 7% do total de menores. A grande maioria deles são cidadãos americanos apesar de seus pais não o serem, quase quatro em cada cinco (79%), mas também nem todos nasceram no país.
Desses 5,1 milhões de filhos de imigrantes ilegais, há 4 milhões que nasceram e residiam nos EUA durante 2009, enquanto o resto (1,1 milhão) nasceu fora do país.
Quanto aos filhos de imigrantes legais, a pesquisa estima um total de 11,9 milhões, uma quantia que vista em percentual é mais do que o dobro (16%) que o de filhos de imigrantes ilegais (7%).
O estudo é divulgado semanas depois de os republicanos, como o líder deste partido no Senado, Mitch McConnell, pedissem audiências para examinar o “crescimento do negócio” de imigrantes que chegam aos EUA para que seus filhos nasçam como cidadãos americanos.
Alguns membros deste partido sugeriram mudança na emenda constitucional 14º, que foi aprovada depois da Guerra Civil para assegurar cidadania aos ex-escravos nascidos em solo americano. Em virtude desta disposição, todos os nascidos nos EUA são automaticamente cidadãos do país, independentemente da origem de seus pais.
Os autores citam este debate no relatório, mas destacam que seu estudo “não se refere” aos argumentos sobre o direito de ser cidadão por nascimento, mas analisa a estrutura familiar e o status dos pais imigrantes ilegais.
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