Os contratos futuros de petróleo em Nova York encerraram 2009 com uma cotação de 79,36 dólares o barril. Assim, o ano termina com incremento de 34,76 dólares, ou 78% no preço do barril do petróleo em comparação com o fechamento de 31 de dezembro de 2008, de 44,60 dólares.
A tendência de alta registrada na semana anterior continuou nos últimos dias de 2009, devido a novas expectativas sobre a melhora da economia, a um aumento da demanda de petróleo e à desvalorização do dólar frente a outras divisas.
Na Nymex, a bolsa de Nova York, contrato para entrega em fevereiro subiu 0,08 dólar, ou 0,01 por cento, para fechar em 79,36 dólares. O contrato foi negociado entre 79,16 e 80 dólares.
Em Londres, o petróleo Brent – referência na Europa – terminou o pregão da quinta-feira a 77,93 dólares, uma alta de 2,5% a respeito do fechamento da sexta-feira anterior.
A alta deste ano nos futuros de petróleo nos Estados Unidos representa o maior ganho percentual anual desde 1999, quando cortes na produção ajudaram o produto a se recuperar de baixas próximas a 10 dólares o barril.
Após os picos de quase 150 dólares por barril registrados em julho de 2008, a crise econômica e financeira e seu efeito negativo no consumo de petróleo derrubaram os preços do petróleo.
Esperanças e dúvidas
Tanto o Brent quanto o WTI começaram 2009 com cotações em torno de 45 dólares por barril. No caso do barril da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), o preço inicial do ano foi de 41 dólares, que caiu até quase 30 dólares em janeiro.
Desde então, a esperança da recuperação econômica, e do consumo de petróleo, foi alternada com as dúvidas de que a saída da crise fosse mais difícil ou lenta que o esperado.
A semana começou com a previsão de fortes nevascas e uma onda de frio em algumas regiões dos Estados Unidos, o que incentivou a possibilidade de aumento do consumo de combustíveis para calefação.
Além disso, os dados sobre o aumento da renda e das despesas dos consumidores dos EUA e a perspectiva de uma boa campanha de final de ano alimentaram a expectativa de que a economia do maior consumidor de petróleo do planeta ficasse aquecida.
Tensão com Irã
Essa percepção foi ratificada na quarta-feira, com a publicação dos dados de reservas de petróleo nos Estados Unidos, que, segundo o Departamento de Energia americano, caíram em 1,5 milhão de barris na semana passada, comparado à queda de pouco mais de 2 milhões de barris que alguns analistas esperavam.
Com essa baixa, o total armazenado – de 326 milhões de barris – é apenas 0,3% superior ao volume do ano passado.
Também influenciou na alta dos preços do petróleo a instável situação no Irã, onde milhares de partidários do Governo fizeram uma manifestação na quarta-feira em contraposição aos protestos protagonizados no domingo passado pelos opositores políticos.
A tensão nesse país produtor de petróleo faz com que os investidores temam uma possível interrupção do fornecimento.
Para 2010, a Opep previu que o consumo de petróleo se movimente em alta, após dois anos consecutivos de quedas, e chegue a 85,13 milhões de barris por dia. O grupo petroleiro com sede em Viena insistiu em considerar aceitável um valor de 75 dólares a 85 dólares por barril.
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