A economia chinesa apresentou alto índice de crescimento no primeiro trimestre do ano, registrando um aumento de 11,9% do PIB (Produto Interno Bruto) quando comparado com mesmo período em 2009. O valor foi de 8,05 trilhões de iuanes (cerca de um trilhão de dólares).
Segundo o porta-voz do Escritório Nacional de Estatísticas, Li Xiaochao, o crescimento no primeiro trimestre foi 5,7 pontos superior ao de janeiro a março de 2009, quando o país sofria as piores consequências da crise financeira mundial e registrou seu pior índice de crescimento desde 1992, 6,2%.
“Com a implementação do pacote de estímulo para combater a crise financeira global, a economia chinesa apresenta um bom começo deste ano, o ritmo de recuperação continua a se consolidar, o que estabelece uma base sólida para atingir a meta anual econômico”, disse Li, segundo a agência oficial Xinhua.
O funcionário do ENE lembrou que a economia global ainda enfrenta desafios motivados pela crise, e acrescentando dificuldades enfrentadas pela China, como extensas secas no sudeste, reconheceu que atingir crescimento de 8% do PIB em 2010 é um desafio.
Aquecimento
Analistas entrevistados pelo diário norte-americano Wall Street Journal ressaltaram que o forte crescimento da economia do país asiático pode demonstrar um superaquecimento.
“O crescimento é robusto, mas há sinais de superaquecimento. Com o fim de parte dos estímulos do governo, o segredo estará na capacidade de Pequim de direcionar a economia em um caminho sustentável, ou se a inflação generalizada e/ou as ‘bolhas de ativos’ irão estourar no segundo semestre e desengatilhar uma desaceleração maior da política monetária em 2011”, afirmou o analista da Standard Chartered, Stephen Green.
Por sua vez, o analista do banco HSBC, Qu Hongbin, alertou que a forte demanda chinesa por matérias-primas deve levar a uma pressão sobre os preços. “Com um crescimento de 11,9%, a demanda superaquecida não somente exauri recursos de reposição, mas sobrecarrega a capacidade de oferta de matérias-primas, energia e infra-estrutura, levando a uma pressão ascendente sobre os preços. Esse panorama pode ser agravado pela rápida recuperação das exportações, dado que o aquecimento da demanda global coloca novas encomendas aos fabricantes da China, que esgota a capacidade de produção de reposição e, finalmente, acrescenta pressões sobre bens de consumo.”
Dados
O PIC (Índice de Preços ao Consumidor), principal indicador da inflação, aumentou 2,2% no trimestre, 2,4% somente em março, quando foi 0,7 pontos menor que em fevereiro.
O IPP (Índice de Preços à produção), também importante na inflação, registrou aumento anualizado em março de 5,9%, enquanto o aumento trimestral foi de 5,2%.
O porta-voz do organismo oficial que distribui os números econômicos na China destacou que a produção industrial chinesa aumentou de janeiro a março de 2010 em 19,6%, 14,5 pontos percentuais a mais que o mesmo período de 2009.
Siga o Opera Mundi no Twitter
NULL
NULL
NULL