As investigações sobre a morte do estudante chileno Manuel Gutiérrez, ocorrida durante confrontos entre a polícia e trabalhadores na última quinta-feira (25/08) em Santiago, receberam uma importante informação que pode dar novo rumo ao caso.
Nesta segunda-feira (29/08), um carabineiro (nome da polícia militarizada do Chile, conhecida pela forte repressão a manifestações desde os tempos da ditadura militar no país) admitiu aos seus superiores ter disparado “dois tiros para o ar” durante a manifestação onde Manuel se encontrava. O estudante participava de uma das muitas marchas em apoio à greve geral no país, que se encontrava no segundo e último dia de paralisação nacional, em Macul, na zona leste da capital chilena.
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As informações da polícia foram entregues à Promotoria e o policial foi exonerado. Segundo o comandante da zona metropolitana dos carabineiros, o general José Luis Ortega, no momento do incidente, o policial, por iniciativa própria, tinha corrido em auxílio a um grupo de colegas, na rua Américo Vespúcio. “Do outro lado da rua, ele percebeu a ocorrência de disparos contra esses policiais, e decidiu fazer uso de seu armamento, uma pistola UZI 9 milímetros. Segundo a versão do oficial, ele não disparou contra o grupo de pessoas, mas para o ar. Mas isso será verificado durante as investigações”, explicou Ortega.
De acordo com o general, não há um pré-julgamento sobre a culpa do oficial. “A responsabilidade pelos fatos será estabelecida pela perícia o mais rápido possível”, afirmou.
Negação
Na última sexta-feira (26/08), o dia seguinte à morte de Manuel, a polícia chilena negou que algum oficial tenha sido responsável pela morte do jovem.O general Sergio Gajardo sequer cogitou a realização de uma investigação interna: “Não temos dúvida sobre a inocência dos carabineiros no incidente”, informou à agência de notícias Ansa.
No mesmo dia, o subsecretário do Ministério do Interior Rodrigo Ubilla, se negou a comentar se o jovem baleado foi atingido por um policial ou durante enfrentamentos dos manifestantes com jovens que tentavam impedir os protestos. Mas admitiu que o caso seria investigado.
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