O sequestrador que fez dezenas de reféns em uma cafeteria no centro de Sydney está entre as três pessoas que morreram no incidente, confirmou a polícia da Austrália nesta segunda-feira (15/12). Um homem e uma mulher, de 34 e 38 anos, respectivamente, foram declarados mortos, mas não há mais informações das identidades das vítimas.
“Foi um incidente isolado”, declarou Andrew Scipione, comissário da polícia da Nova Gales do Sul (região onde fica Sydney), em entrevista coletiva de imprensa, acrescentando que havia 17 reféns dentro da cafeteria Lindt. “Somos mais fortes juntos, há muito ainda a investigar e a ser feito. Por enquanto, temos de lidar com os familiares das vítimas e confortá-las”, acrescentou.
New South Wales police commissioner: Sydney cafe siege “is an isolated incident … the act of an individual.” pic.twitter.com/alMkTAxVhT
— ABC News (@ABC) 15 dezembro 2014
As autoridades de segurança invadiram o local as 2 horas da manhã locais (13h de Brasília), onde Man Haron Moris, que, segundo a polícia, era um clérigo nascido no Irã, mantinha uma série de funcionários e clientes durante mais de 16 horas. Tiroteios foram trocados durante a libertação dos reféns e muitos foram encaminhados para o hospital. Pelo menos quatro estão em estado crítico.
Monis tinha 50 anos e estava na Austrália como refugiado desde 1996, de acordo com a ABC. “Ele estava sob fiança por uma série de agressões violentas”, disse a emissora australiana.
Segundo a Reuters, o sequestrador era conhecido por ter enviado cartas de ódio a familiares de soldados australianos mortos no exterior e enfrenta várias acusações de abuso sexual. Também conhecido como 'xeique Haron', ele foi acusado de ser cúmplice no assassinato da ex-esposa, que foi esfaqueada e incendiada em um condomínio em Sydney em 2013.
Efe/arquivo
Foto de arquivo de 2009 de Man Haron Moris, quando foi julgado por ter enviado cartas de ódio a familiares de soldados australianos mortos no Afeganistão
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Efe
Reféns são resgatados de cafeteria e levados para hospitais: pelo menos dois morreram no incidente, além do sequestrador
Uma bandeira preta com inscrições “jihadistas” em árabe — “Não há outro deus que não Alá” — foi estendida dentro do café. Um pouco antes da libertação, seis reféns foram vistos correndo do local.
“É um episódio muito perturbador. É profundamente chocante que pessoas inocentes sejam mantidas reféns por uma pessoa armada reivindicando motivações políticas”, comentou o primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott, mais cedo.
A Austrália é um dos países que integra a coalizão internacional liderada pelos EUA para combater os avanços do EI (Estado Islâmico) no Iraque e na Síria. “[A situação em Sydney] É profundamente preocupante. Todos meus pensamentos estão com os aqueles envolvidos”, tuitou hoje o primeiro-ministro britânico, David Cameron, que também integra a coalizão.
I was briefed overnight on the siege in Sydney. It's deeply concerning and my thoughts are with all those caught up in it.
— David Cameron (@David_Cameron) 15. Dezember 2014