A polícia de Bangladesh prendeu mais de 3.000 pessoas nas últimas 24h em uma operação para frear a onda de ataques contra religiosos e minorias seculares no país, informaram autoridades do país nesta segunda-feira (13/06), totalizando 8.000 detenções nos últimos dias.
Agência Efe
Familiares de um sacerdote assassinado no distrito de Khulna, em Bangladesh, na semana passada
Segundo o porta-voz da polícia, Kamrul Ahsan, ao menos 103 foram presas por vínculos com as mortes de religiosos e ativistas, enquanto outros 6.000 são acusados de outros crimes, como delitos relacionados a armas de fogo e drogas.
“Pode levar tempo, mas (com) a vontade de Deus, nós seremos capazes de colocar os executores [dos crimes] sob controle”, afirmou a primeira-ministra Sheikh Hasina no sábado (11/06), durante um encontro do partido governista Awami.
A operação foi desencadeada quatro dias após a esposa de um superintendente de polícia que comandou operações contra militantes islâmicos e cartéis de drogas ser morta em um ataque na cidade de Chittagong.
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Pelo menos 30 pessoas morreram vítimas de ataques no país nos últimos anos, incluindo acadêmicos liberais, blogueiros ateus, ativistas da causa LGBT, integrantes de grupos de assistência estrangeiros e de minorias religiosas.
Na sexta-feira (10/06), um trabalhador de um monastério foi morto em Pabna, no distrito de Rajshahi, em Bangladesh.
A oposição, no entanto, diz que as prisões têm motivações políticas. O líder Partido Nacionalista de Bangladesh, o ex-ministro Fakhrul Islam Alamgir, disse que 2.100 ativistas foram presos desde sexta durante a operação.
“Em nome da repressão contra militantes islâmicos, muitas pessoas comuns e inocentes estão sendo presas”, afirmou ele à agência France Press. O governo de Bangladesh nega as acusações.
Segundo informações de um serviço de monitoramento norte-americano, o grupo extremista EI (Estado Islâmico) reivindicou 21 dos ataques, enquanto a organização Al Qaeda se disse responsável pelo restante.
Autoridades de Bangladesh, no entanto, afirmam que nenhum dos grupos está presente no país e que os crimes foram cometidos por grupos locais.