A polícia de Pádua, na Itália, usou jatos de água, cassetetes e bombas de gás lacrimogêneo para reprimir centenas de manifestantes que protestavam contra a visita do presidente Jair Bolsonaro à região nesta segunda-feira (01/11), por volta das 17h (13h, em Brasília).
Segundo a imprensa italiana, cerca de 500 manifestantes se concentraram na via Belludi, uma das rotas que leva para a Basílica de Santo Antônio, em Pádua. Toda a área que dá acesso à igreja foi isolada pelos agentes e, nessa rua, seis carros da polícia fecharam o trânsito. Uma militante presente no ato foi presa na ocasião.
A visita à basílica estava programada na agenda oficial do presidente, para ocorrer após a viagem para a cidade de Anguillara Veneta, onde Bolsonaro foi homenageado com o título de cidadão honorário. Após os protestos, a visita havia sido adiada, de acordo com informações da imprensa. Mas pouco depois, jornais italianos informaram que o líder brasileiro entrou no local pela porta lateral, na via Cesarotti, depois que acesso principal da Basílica foi fechado aos fiéis, por volta das 19h30 (15h30, em Brasília).
A visita durou pouco mais de 30 minutos. No local, o presidente foi ver as relíquias de Santo Antônio. A Diocese de Pádua ressaltou que não receberia o mandatário como uma visita formal. Também o prefeito da cidade, Sergio Giordani, informou que não teria espaço na agenda para receber Bolsonaro.
Desde que o mandatário brasileiro chegou à Itália para participar da cúpula do G20 em Roma, no último final de semana, ele tem sido alvo de protestos no país.
Na sexta-feira (29/10), manifestantes da organização ambientalista “Rise Up 4 Climate Justice” jogaram esterco na prefeitura da cidade italiana de Anguillara Veneta em protesto contra a concessão do título de cidadão honorário a Jair Bolsonaro, que recebeu a homenagem nesta segunda.
Rise Up 4 Climate Justice/Reprodução
Manifestantes ambientalistas jogaram esterco e picharam a prefeitura de cidade italiana que concedeu título de cidadão honorário a Bolsonaro
Em Pistoia, na Toscana, diversos partidos divulgaram nesta sexta uma carta aberta contra uma visita do mandatário marcada para 2 de novembro – a cidade abriga um monumento em homenagem aos soldados brasileiros caídos na luta contra o nazifascismo na Segunda Guerra Mundial.
“Bolsonaro não é bem-vindo, não merece ser recebido e saudado oficialmente pelas autoridades italianas, às quais pedimos que não lhe prestem nenhuma homenagem. Pedimos isso também em nome das 600 mil vítimas brasileiras da covid, provocadas inclusive por sua política sanitária discriminatória”, afirma a carta.
Ao chegar ao território italiano, o presidente fez um passeio turístico de quase duas horas, passando por alguns dos pontos mais visitados da capital italiana. Ao sair de uma casa de salame, no centro de Roma, o mandatário ainda foi vaiado.
Outro caso envolvendo a passagem de Bolsonaro pela Itália foi a agressão contra jornalistas registradas neste domingo (31/10). Profissionais da imprensa brasileira que acompanhavam a visita do mandatário a Roma foram hostilizados e agredidos por homens que faziam a segurança do presidente durante caminhada no centro da capital.
(*) Com Ansa.