Filip Singer/Efe
Com uma cerimônia civil e religiosa na praça Pilsudski, em Varsóvia, os cidadãos poloneses se despediram hoje (17/4) das 96 vítimas do acidente de avião que aconteceu em Smolensk, na Rússia, há uma semana, que matou o presidente do país, Lech Kaczynski.
Os retratos de todas as vítimas da tragédia, entre elas a do presidente da Polônia e da sua esposa Maria, ocuparam o palco da cerimônia, que terminou com uma missa. A cerimônia foi aberta com dois minutos de silêncio. Em seguida, foi lida uma lista em ordem alfabética dos nomes dos passageiros do avião acidentado, entre os quais estavam vários altos cargos institucionais e personalidades políticas, sociais, culturais e esportivas do país.
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Na primeira fila estavam Jaroslaw Kaczynski, irmão gêmeo do presidente falecido, e Marta, filha única do casal, assim como o presidente interino da Polônia, Bronislaw Komorowski, e o primeiro-ministro, Donald Tusk. “Todos sentimos dor, todos sentimos a mesma coisa hoje”, disse Komorowski, que lembrou em seu discurso Jadwiga Kaczynska, mãe dos gêmeos Kaczynski, que está internada em um hospital e ainda não sabe da morte de seu filho. O presidente interino se referiu ainda à dor de Marta e de Jaroslaw, “que perdeu seu melhor amigo”.
Leszek Szymanski/Efe
Jaroslaw Kaczynski (esquerda) e Marta (ao lado), irmão e filha do presidente morto
Komorowski ressaltou que “não estamos sós, estamos unidos como uma grande família” e agradeceu as mostras internacionais de solidariedade, especialmente por parte da Rússia e de seu povo.
Já o primeiro-ministro disse que os poloneses estão enfrentando “uma difícil prova como pessoas e como povo” e que ninguém pode lembrar de uma tragédia de tamanhas dimensões em que tantas personalidades perderam a vida ao mesmo tempo. Tusk disse durante a cerimônia, que durou mais de três horas, que “nossos corações ainda não se acostumaram com a tragédia” e destacou que esta é “a mais grave sofrida pela Polônia desde a Segunda Guerra Mundial”.
No final de seu discurso, uma orquestra militar entoou a marcha fúnebre do compositor de origem polonesa Frédéric Chopin, para dar início à cerimônia religiosa.
O arcebispo de Varsóvia, Kazimierz Nycz, disse em sua homilia que “a tragédia da Polônia uniu os poloneses e as pessoas de todo o mundo” e que “estamos unidos com as famílias em uma oração de misericórdia”.
O presidente polonês e sua esposa serão sepultados amanhã no castelo de Wawel, na Cracóvia, na cripta onde repousam cerca de 20 monarcas poloneses e outras grandes personalidades do país.
A nuvem de cinzas gerada pela erupção de vulcão na Islândia prejudicou os funerais e provocou o cancelamento de nove delegações oficias de chefes de Estado e Governo de mais de 60 países, que não poderão voar para a Polônia.
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