O Comitê Permanente pela Defesa dos Direitos Humanos (CPDH) do departamento (estado) de Nariño, na região próxima à fronteira da Colômbia com o Equador, denunciou hoje (14) que pelo menos 46 civis indígenas, militares e membros de grupos ilegais morreram desde o fim de janeiro, em episódios vinculados ao conflito armado entre governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
De acordo com o CPDH, a maioria das vítimas é de índios da etnia Awa-una. A Organização Nacional Indígena da Colômbia (Onic) e a Unidade Indígena do Povo Awa (Unipa), informaram que guerrilheiros das Farc mataram pelo menos 18 índios, enquanto outros nove desapareceram em Tortugaña Telembí e El Sande, nas localidades de Barbacoas e Samaniego, no departamento de Nariño.
Outras duas mortes aconteceram no dia 4 de fevereiro em uma região localizada às margens do rio Telembí, que é utilizado pelo narcotráfico e onde as Farc teriam colocado explosivos para atrapalhar a entrada de outros militantes.
Os moradores do abrigo da comunidade Awa-una, onde vivem cerca de 20 mil pessoas, contaram que os guerrilheiros mataram 17 índios por espancamento e facadas, em retaliação a uma suposta colaboração com o Exército colombiano. Outros dez indígenas, que fugiam por conta dos primeiros assassinatos, também foram mortos supostamente pelos rebeldes na quarta-feira (11).
Os 27 índios mortos estão entre os pelo menos 46 mortos que a própria ONG documentou em menos de três semanas na zona de conflito.
Eder Burgos, chefe da organização Comawari, que é comandada por membros da etnia Awa-una, disse em entrevista à AFP que é necessário melhorar as condições de segurança dos moradores, que estão migrando por medo de novas ações violentas.
As tropas do Exército nessa área, com um contingente de cerca de três mil homens, ainda não conseguiram encontrar o local exato onde os corpos formam deixados.
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