Atualizada às 17h32
Temendo contágio por ebola, cerca de 200 funcionários de equipes de limpeza de cabine de aviões do Aeroporto Internacional de LaGuardia, em Nova York, iniciaram uma greve de 24 horas na noite de quarta-feira (08/10). A decisão vem horas depois do anúncio da primeira morte de um paciente diagnosticado com o vírus nos EUA.
O grupo, que pretende se sindicalizar, afirma que, muitas vezes, é exposto a contato com resquícios de sangues, fezes e vômitos sem equipamentos de proteção adequados. Por conta do protesto, o número de funcionários de limpeza de cabines foi reduzido à metade em LaGuardia, um dos mais movimentados do país.
airserv worker speaking out against unsafe working conditions #strikeairports #povertydoesntfly pic.twitter.com/AcYxVfW44q
— NY United (@1nyunited) 9 outubro 2014
Os funcionários fazem parte da Air Serv, empresa responsável pela limpeza de aeronaves em voos domésticos do Terminal D do aeroporto nova-iorquino. Durante a greve, a companhia optou por substituir os trabalhadores e não quis comentar o incidente à emissora norte-americana.
Em um comunicado, a Autoridade Portuária de Nova York e Nova Jersey, que administra o aeroporto, declarou que todas as empresas com quem trabalha devem seguir as leis aplicáveis à cidade, estado e país.
laguardia terminal d cabin cleaners on strike! #povertydoesntfly pic.twitter.com/RbSc1zCDLS
— NY United (@1nyunited) 9 outubro 2014
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Controle reforçado em aeroportos dos EUA
A partir deste sábado (11/10), viajantes provenientes da Guiné, Libéria e Serra Leoa – principais países afetados pela epidemia que já matou mais de 3.500 pessoas – serão parados e examinados no Aeroporto Internacional John F. Kennedy, principal porta de entrada de passageiros internacionais em Nova York. Os aeroportos Newark (que também serve Nova York, mas é localizado em Nova Jersey), O'Hare (Chicago), Hartsfield-Jackson (Atlanta), e Dulles (Washington, DC), também farão com exames mais rígidos. Funcionários dos CDC (Centros para Controle e Prevenção de Doenças) serão responsáveis pelas avaliações.
Nesta quinta, a OMS (Organização Mundial da Saúde) reiterou que não recomenda nenhuma restrição de viagem aos países com casos de ebola, exceto quando se trate de pessoas que foram confirmadas ou são suspeitas de estar infectadas com o vírus. No início desta semana, Washington negou a possibilidade de proibir viagens às áreas afetadas. “Atualmente não consideramos banir esses destinos”, declarou o secretário de imprensa da Casa Branca Josh Earnest.
Uma pesquisa realizada pelo canal de TV NBC revelou, no entanto, que pelo menos 58% dos norte-americanos desejam proibir voos para os países do oeste africano atingidos pelo pior surto de ebola da história.
Efe
Vista do aeroporto JFK, em NY: novas medidas para garantir controle de epidemia de ebola
Na segunda (06/10), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou que o governo desenvolverá controles de segurança mais rigorosos para os aeroportos dentro e fora do país para extremar as precauções contra o ebola, mas considerou que as possibilidades de um surto em solo norte-americano são “extremamente baixas”.
Para Obama, o país “aprendeu algumas lições” com os erros cometidos no momento de isolar o paciente de Dallas e que é “necessário seguir os procedimentos e protocolos estabelecidos”. “Sabemos o que é preciso fazer e temos a infraestrutura para fazê-lo, mas esta é uma doença extremamente virulenta quando você não segue os protocolos”, disse.
Europa em alerta
Em meio a suspeitas de contágios na Espanha, países europeus também têm tomado medidas para controlar a epidemia no continente. Segundo autoridades espanholas, a auxiliar de enfermagem, Teresa Romero, primeira paciente de ebola contagiada na Europa, está em situação “muito crítica”.
O governo do Reino Unido anunciou nesta quinta que “aumentará os controles” nos aeroportos de Heathrow e Gatwick, que servem Londres, e nas estações do Eurostar (trem do canal da Mancha) para detectar possíveis casos de ebola em passageiros procedentes de Libéria, Serra Leoa e Guiné, segundo a Efe.
Um britânico suspeito de ter contraído o ebola morreu hoje na Macedônia, revelou à Reuters uma autoridade de alto escalão do governo do ex-membro da Iugoslávia nesta quinta. Segundo um porta-voz da Macedônia à BBC, o britânico – cujo nome ainda não foi revelado – não teria visitado países afetados pelo surto na África.
Efe
Hotel onde estava britânico suspeito de estar infectado com vírus na Macedônia foi isolado nesta quinta
Na mesma linha, a França trabalha com os países afetados pela epidemia do ebola para reforçar o controle nos aeroportos de saída, que considera mais eficaz que fazer o mesmo nos de chegada, explicou hoje a ministra da Saúde, Marisol Touraine, na emissora iTélé.
Para Touraine, o reforço de controle nos próprios aeroportos – tal como decidiram Estados Unidos e Reino Unido – , não é uma medida eficiente. “Em primeiro lugar, porque (os afetados) não necessariamente têm os sintomas quando chegam e porque podem vir de outros destinos”, argumentou a ministra.
Nesta tarde, a prefeitura de Val-d'Oise, no subúrbio de Paris, declarou que colocou em quarentena quatro imigrantes sem documentação provenientes da Guiné que estariam com suspeita de ebola.