O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, vai enviar na terça-feira (15/09) ao Parlamento local um projeto que dá três anos de autonomia a áreas nas regiões de Donetsk e Lugansk, alvo de separatistas pró-Rússia. O documento inclui anistia e marca eleições nos dois locais.
De acordo com o texto, estarão livres milicianos que não se envolveram na queda do avião da Malaysia Airlines, em junho, na qual Kiev acusa os separatistas de participação. Como contrapartida, estão a entrega de armas no prazo de um mês, a saída de edifícios governamentais ocupados e a libertação de reféns.
Agência Efe
Poroshenko enviará nesta terça projeto propondo autonomia a regiões separatistas
Poroshenko também pretende marcar eleições para o dia 9 de novembro nos dois locais e vai garantir, nestes locais, uso do idioma russo “na vida pública e privada, na educação e seu uso livre e sua igualdade de direitos”, uma das principais reivindicações dos movimentos que agem na área.
O projeto, no entanto, não estabelece exatamente em quais zonas essas normas valerão, apesar de citar explicitamente que o “regime especial de autogoverno local será aplicado em zonas de Donetsk e Lugansk”.
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O texto pode sofrer resistências na Rada suprema (parlamento), já que muitos deputados estão descontentes com concessões já feitas anteriormente por Poroshenko.
Cessar-fogo
No último dia 5 de setembro, Kiev e separatistas assinaram um cessar-fogo que inclui trocas de prisioneiros, ajuda humanitária e retirada de armas pesadas das regiões em conflito.
Na sexta-feira (12/09), no entanto, o embaixador da Ucrânia na ONU, Yuriy Sergeyev, afirmou que milícias pró-Rússia praticaram diversas violações contra o cessar-fogo entre os separatistas e o governo ucraniano. Ele pôs em dúvida a vontade de Moscou e dos rebeldes de manter o acordo de paz assinado em Minsk.
Segundo Sergeyev, “as forças russas e os terroristas quebraram o cessar-fogo com mais de cem bombardeios contra o exército ucraniano e civis desde que a trégua começou”