Os ministros das Finanças dos 13 países onde circula o euro discutem nesta segunda-feira (04/03) em Bruxelas, na Bélgica, o pedido de maior prazo feito por Portugal e Irlanda para pagar os empréstimos feitos pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) e pela União Europeia.
No caso de Portugal, o acordo assinado com o FMI, o Banco Central Europeu e a Comunidade Europeia (grupo conhecido como “troika”) prevê um empréstimo de mais de 79 bilhões de euros (ou 214 bilhões de reais). Até o momento, Portugal sacou cerca de 80% do valor que tem disponível e só pagou juros da dívida de abril de 2011, quando assinou o programa de ajuste econômico após ter sido atingido pela crise financeira internacional.
Se for concedido mais prazo para Portugal, o país poderá aliviar parte do desembolso programado de 2,3 bilhões de euros do valor principal da dívida para 2015. As amortizações nos anos seguintes – em 2016 e 2017 – devem chegar a 14 bilhões de euros no total.
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As contas de Portugal estão sendo avaliadas neste momento em Lisboa pela sétima missão de técnicos da Troika que visita o país. Há expectativa de que algum afrouxamento seja anunciado, em vista da recessão, com a queda de 3,2% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2012, e da taxa de desemprego, que supera os 17%.
O alívio exige um relaxamento dos fundamentos do programa de ajustamento econômico, como permitir maior déficit orçamentário nas contas do Estado, e poderá resultar no adiamento do corte de 4 bilhões de euros anunciados pelo governo, muito pressionado, nos gastos públicos para este ano e 2014 – inclusive nas despesas com seguridade social, saúde e educação.
No sábado (02/03), os portugueses organizaram uma manifestação em 40 cidades do país e do exterior contra a política econômica do governo e o programa de austeridade fiscal. Os portugueses também pediram a demissão do primeiro-ministro do país, Pedro Passos Coelho.
Segundo os organizadores do movimento “Que se lixe a Troika, Queremos Nossas Vidas!” , 1,5 milhão de pessoas foram às ruas em todo o país, que tem pouco mais de 10 milhões de habitantes. O governo não contestou a contagem feita pelos manifestantes.