Ao menos 95% das prefeituras em todo o México estão paradas pela falta de dinheiro, originário dos repasses governamentais. A SHCP (Secretaria da Fazenda e Crédito Público) justifica que a queda nas contribuições se deve à crise financeira, à escassa captação tributária e à drástica redução da renda oriunda do petróleo.
Segundo a SHCP, as entidades federativas e o Distrito Federal registraram queda de 21,3% nas contribuições federais no primeiro semestre de 2009. Em comparação com o mesmo período de 2008, a queda real é de 49, 214 bilhões de pesos mexicanos (cerca de 6 bilhões de reais). Estes cortes afetam 2.435 prefeituras do México, que agora se encontram à beira de um colapso financeiro.
Em 30 de julho passado, o diretor executivo da AMMAC (Associação de Municípios do México A.C.), Rubén Fernández, afirmou em documento oficial que a diminuição das transferências federais aos municípios “afetaria milhares de projetos e programas nas áreas de construção civil e serviços públicos em todo o território nacional, relacionados com a segurança pública, disponibilização de água e saneamento básico, coleta e tratamento de lixo, iluminação pública, educação básica e saúde, programas de assistência social e apoio a grupos marginalizados e vulneráveis”.
Segundo Rubén Fernández, salvar os municípios do México é uma questão de legalidade e equidade social. “Imaginemos o impacto social de não se recolher o lixo por mais de cinco dias, não distribuir água potável durante três dias ou simplesmente não iluminar a cidade durante uma noite”, afirmou.
Greves
Para o senador Ramón Galindo, presidente da Comissão para o Desenvolvimento Municipal, o risco é o de “surgir um levante de prefeitos, que sairão pelas ruas, entrarão em greve e iniciarão outros tipos de manifestações”.
Prefeitos de todo o país ameaçaram o governo com greves e manifestações, caso não recebam ajuda dentro de duas semanas, como afirmou Cuauhtémoc Calderón Galván, presidente de Zacatecas e da ANAC (Associação de Prefeitos de Ação Nacional).
ArcerlorMittal
Enquanto os prefeitos ameaçam o governo com greves, 3,5 mil mineiros empregados pela siderúrgica transnacional de capital indiano ArcelorMittal, pertencentes ao Sindicato Nacional de Trabalhadores Mineiros, decidiram parar o trabalho no porto de Lázaro Cárdenas, no estado de Michoacán.
No sábado (8), os trabalhadores iniciaram uma greve sem previsão de término após não chegarem a um acordo no processo de revisão contratual – eles pedem um incremento de 7% direto do salário e 2% em benefícios. A siderúrgica dava como condição para diálogo uma redução de 20% da planilha trabalhista sindicalizada.
Os titulares da Sedeco (Secretaria de Desenvolvimento Econômico), da Coparmex (Confederação Patronal da República Mexicana) e do CCEEM (Conselho Coordenador Empresarial do Estado de Michoacán) esperam que se mantenha aberto o diálogo entre os grevistas e a siderúrgica transnacional para que se resolva brevemente o conflito.
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