O primeiro-ministro do Japão, Yukio Hatoyama, afirmou hoje (15) que a economia do país ainda se encontra uma posição difícil, no dia em que seu gabinete aprovou formalmente um novo pacote de gastos para estimular o crescimento.
“A economia do Japão está em uma situação muito severa”, disse Hatoyama durante uma reunião do gabinete para estudar as maneiras de estimular o crescimento econômico.
A economia do país voltou a registrar crescimento positivo no segundo trimestre do ano, superando mais de um ano de recessão.
Mas o governo informou na semana passada que o país cresceu a um ritmo mais lento do que era previsto no terceiro trimestre. Além disso, existem os temores da volta da deflação e de que um iene forte possa prejudicar a recuperação.
Orçamento
O gabinete japonês aprovou hoje um orçamento extra, que inclui 80 bilhões de dólares para novos gastos, para evitar uma potencial segunda onda de recessão.
Trata-se da segunda ampliação do orçamento atual; a medida aumentará as ajudas ao emprego, fornecerá de fundos às pequenas e médias empresas e fomentará o consumo de produtos que respeitem o ambiente, entre outras medidas para fortalecer a economia.
Além disso, a coalizão de governo acertou hoje que, para o ano fiscal de 2010, que começa em abril, seja mantido o limite de emissão de bônus abaixo dos 44 trilhões de ienes (340 bilhões de euros). O Executivo se propõe assim manter a disciplina fiscal para não aumentar a dívida pública do país.
Confiança
O relativo pessimismo percebido na declaração de Hatoyama está em linha com a avaliação vista no relatório trimestral “Tankan”, do Banco do Japão (banco central), divulgada ontem. O documento mostra que a confiança dos empresários do país na economia melhorou entre outubro e dezembro, em relação aos três meses anteriores.
Com isso, ainda que o tom pessimista se mantenha, a melhora nas expectativas chega ao terceiro mês. O índice de confiança das grandes companhias japonesas ficou em -24, o que representa uma melhora de nove pontos sobre o dado do período julho-setembro.
O dado foi melhor que as estimativas dos analistas, que esperavam um índice de -27, segundo uma pesquisa realizada pela agência Kyodo. O “Tankan” mostra a percentagem de companhias que registram condições favoráveis de negócio frente às que consideram que se deterioraram, por isso que um valor negativo mostra que os pessimistas superam em número o resto.
PIB
No último dia 8, o governo japonês divulgou a revisão do PIB (Produto Interno Bruto) do país referente ao terceiro trimestre, que passou a ser de 0,3% — uma redução expressiva em relação à primeira leitura, que mostrava expansão de 1,2%. A expectativa dos economistas era de que a revisão reduzisse a estimativa de crescimento para 0,7%.
A previsão dos economistas é de que a recuperação será mais lenta nos próximos trimestres. Eles consideram que o último pacote governamental de estímulo de 81 bilhões não é grande o suficiente para impulsionar o crescimento de forma significativa.
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