A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, chamou nesta segunda-feira (16/04) de “legal e moralmente correta” a ofensiva militar contra a Síria que ocorreu no último sábado (13/04).
“O Reino Unido havia explorado todos os canais diplomáticos, mas lamentavelmente decidiu que não havia alternativa para as ações limitadas e cuidadosamente direcionadas”, afirmou May durante seu discurso na Câmara dos Comuns.
O líder trabalhista britânico Jeremy Corbyn criticou May e disse que a ação seria “legalmente questionável”, porque o governo deve ser “responsável perante a este Parlamento e não aos caprichos do presidente dos Estados Unidos”. Segundo ele, “o Reino Unido tem de ter um papel de líder para conseguir um cessar-fogo, não obedecer as instruções de Washington”. May negou que a participação no ataque tenha ocorrido por submissão aos EUA.
EUA, França e Reino Unido lançaram mísseis contra a Síria na noite da última sexta-feira (13/04). O bombardeio foi uma resposta ao suposto ataque químico que teria ocorrido em Duma, o último reduto insurgente de Ghuta Oriental, no dia 7.
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Premier assumiu responsabilidade por ter apoiado bombardeio antes da chegada da Opaq
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O bombardeio começou por volta das 4h00 da madrugada na Síria (22h00 de sexta-feira em Brasília), no momento em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciava a ação.
Legalmente, os primeiros ministros britânicos não precisam consultar o Parlamento sempre que aprovarem uma ação militar.
Otan
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, também se pronunciou nesta segunda-feira sobre os ataques. Segundo ele, o bombardeio contra supostas instalações militares da Síria foi uma mensagem dirigida à Rússia e ao Irã.
“A operação foi uma mensagem clara ao regime de Assad, à Rússia e ao Irã, que o apoiam. Mostrou que a opinião internacional não pode ficar sem voz”, disse Stoltenberg em entrevista à emissora turca NTV, segundo informações da Agência Efe.
O chefe da Otan disse também que o bombardeio “reduziu a capacidade da Síria de usar armas químicas e a probabilidade de que isso ocorra no futuro”.
Síria e Rússia negam ataque químico
A Rússia chamou de “fake news” os relatos de que um ataque químico tenha ocorrido no começo deste mês. Segundo o embaixador de Moscou na ONU, Vassily Nebenzia, o caso foi montado para tirar a atenção do envenenamento do ex-espião russo Serghei Skripal, ocorrido em Salisbury, no Reino Unido. Londres culpa a Rússia pela tentativa de homicídio, mas o Kremlin nega.
O embaixador também acusou os Estados Unidos, o Reino Unido e a França de realizarem uma campanha de “confronto” em relação à Rússia e à Síria. Por sua vez, Haley afirmou que o Conselho de Segurança deve “proteger o povo sírio” e garantir que a “Justiça seja feita”.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, afirmou que a ação ocorreu antes que os especialistas da Organização Para a Proibição das Armas Químicas (Opaq) pudessem dar um parecer técnico sobre o suposto uso de armas químicas. “Os inspetores da Opaq, que haviam chegado a Beirute (Libano), ainda teriam que se deslocar para o suposto local dos eventos”, afirmou Lavrov ao Conselho de Política Externa e Defesa da Rússia. Moscou nega que o ataque químico tenha ocorrido”, afirmou Lavrov no sábado.
O governo sírio também negou que o governo tivesse usado armar químicas e afirmou que um suposto vídeo usado para fundamentar a versão de que houve uso deste tipo de armamento foi fabricado.
(*) Com Ansa