Com o fim de uma trégua de dois meses neste domingo (20/01), o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, reforçou que as Forças Armadas do país estão preparadas para qualquer ação das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), após reunião do Conselho Extraórdinário de Segurança.
Santos reconheceu que as FARC cumpriram a trégua e que “elas estão em sua plena capacidade em todo o país e mais que dispostas a continuar o trabalho que têm prestado”. No entanto, o chefe de Estado afirma ter recebido informações da inteligência “sobre supostas operações que a organização tinha e tem planejada para depois de hoje” e que, portanto, está tomando todas as medidas “para que essas ações sejam neutralizadas”.
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Desde o início das conversas formais do processo de paz, no mês de outubro, em Oslo, na Noruega, as FARC defendem a implementação de uma nova trégua, só que para as duas partes, durante o desenrolar das negociações. O presidente colombiano, no entanto, não abre mão da manutenção das operações das Forças Armadas contra as guerrilhas.
De acordo com Santos, essa possibilidade será apenas considerada em um estágio mais avançado das negociações de paz com o grupo guerrilheiro.
Processo de paz
Após um recesso de fim de ano, a delegação das FARC e do governo colombiano retomaram na última terça-feira (15/01), no Palácio de Convenções de Havana, as negociações sobre a política de desenvolvimento agrário integral, um assunto catalogado como prioridade pelas partes por tratar-se da origem do longo e complicado conflito que tentam solucionar.
Esse tema é o primeiro da agenda pactuada para as negociações que, desde o dia 19 de novembro de 2012, tem a capital de Cuba como sede permanente.
Os demais pontos a debater dentro de um prazo que, segundo o governo colombiano, não deve estender-se por mais de um ano, são a entrega das armas por parte do grupo guerrilheiro, a entrada dos rebeldes desmobilizados na vida política, o narcotráfico e a reparação às vítimas do conflito.
Nesta nova rodada de diálogo, as partes já têm sobre a mesa as 546 propostas extraídas do fórum agrário que aconteceu em Bogotá em dezembro passado com a participação da sociedade civil colombiana.