O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anunciou neste domingo (18/03) a tomada do centro da cidade de Afrin, na Síria, que era dominada por curdos – os quais são considerados “terroristas” por Ancara.
O local foi tomado por forças sírias aliadas da Turquia, que tentava retirar seus opositores curdos da milícia YPG do enclave. A ofensiva segue há cerca de dois meses e já obrigou o êxodo de ao menos 150 mil civis.
Apesar do anúncio, ativistas do Observatório Nacional para os Direitos Humanos na Síria disseram que apenas metade da cidade está dominada pelas forças aliadas a Ancara, e que combates pesados ainda estão em curso. Um representante dos curdos confirmou a informação e disse que as forças curdas estão ajudando os civis a fugirem dos “massacres” perpetrados pelos turcos no enclave sírio.
O governo turco diz estar tomando medidas para evitar “fatalidades civis”. “Afrin é uma grande área com milhares de pessoas vivendo lá. Estamos fornecendo ajuda e queremos ter certeza de que, especialmente dentro das cidades e nas casas, não haja minas ou armadilhas”, afirmou o porta-voz presidencial Ibrahim Kalin.
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Para Ancara, a milícia curda Unidades de Proteção Popular (YPG), que combate na região e é apoiada pelos Estados Unidos, é uma extensão do Estado Islâmico (EI), e aponta sua ligação com o PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão). Desde a tentativa de golpe na Turquia em 2016, a repressão contra opositores do presidente Erdogan aumentou muito, e, entre seus principais alvos, está a população curda.
Os turcos também teriam atingido o principal hospital da cidade na sexta-feira (16/03), matando ao menos 10 pessoas, entre elas uma mulher grávida. A acusação, porém, foi negada pelo governo de Erdogan.
Wikimedia Commons
Governo turco diz ter tomado centro da cidade de Afrin, na Síria
(*) Com Ansa