O presidente panamenho Ricardo Martinelli está sob intensa pressão dos principais setores públicos do país centro-americano. O chefe de Estado é cobrado a dar explicações sobre o escândalo de corrupção que envolve seu governo, a companhia italiana de tecnologia Finmeccanica e o consultor Valter Lavitola.
Alguns políticos panamenhos afirmam que houve um superfaturamento de mais de 90 milhões de dólares em uma compra do governo panamenho de uma série de equipamento. Na operação, realizada no ano passado, foram adquiridos 19 radares, 6 helicópteros, serviços de satélite e um mapa digital cartográfico do país. O objetivo era desenvolver um sistema de vigilância nacional avaliado em 333 milhões de dólares.
O deputado Jorge Alberto Rosas, do partido opositor Molinera, disse ontem que, “assim como as autoridades em Nápoles estão investigando a Finmeccanica, o Ministério Publico do Panamá também deveria fazer o mesmo”.
Na quinta-feira (01/12), o presidente da companhia de armamentos italiana, Pier Francesco Guarguaglini, demitiu-se do cargo após o primeiro-ministro do país, Mario Monti, anunciar que havia evidências de corrupção em contratos com outros países envolvendo executivos da empresa.
Na semana passada, o ministro panamenho da Segurança, José Raúl Mulino, negou a possibilidade de superfaturamento.
O deputado Jorge Alberto Rosas, porém, destacou que Mulino deve entregar o contrato de financiamento do Citibank e o contrato de compra dos equipamentos “para determinar se existe ou não superfaturamento”.
“Entendo que os radares estão no Panamá, os helicópteros serão entregues dentro de dois anos e o mapa digital tem um avanço de 85%”, acrescentou o político.
O memorando de entendimento que ratificou o acordo comercial foi assinado por Martinelli e o então primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, em 30 de junho de 2010.
Para complementar o sistema de segurança panamenho, o governo italiano deve doar várias lanchas de patrulha, que chegarão ao país em março de 2012, e deve construir um hospital na província central de Veraguas.
O nome do empresário Lavitola, ex-consultor da Finmeccanica e procurado pela Justiça italiana, aparece em todos os contratos firmados pelos países. Ele também é acusado de envolvimento no caso de suposta extorsão ao ex-premiê italiano Silvio Berlusconi.
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