Professores e funcionários das Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis) de Belo Horizonte fazem uma greve sanitária há nove dias após a volta das aulas presenciais nesta segunda-feira (03/05), que havia sido determinada pela prefeitura local. Educadores pedem que categoria seja priorizada na campanha de vacina, e que protocolos mais rígidos contra a propagação da covid-19 sejam adotados.
Segundo Carol Pasqualini, educadora da base infantil e integrante do comando de greve, a vacinação aos educadores da cidade é o “mínimo” para que os profissionais possam retomar às salas de aulas. Em entrevista a Opera Mundi, Pasqualini disse que a imunização associada a protocolos mais rígidos seria o essencial.
“A prefeitura anunciou o retorno em um momento que a contaminação da covid-19 está em alta. Taxa de óbitos, ocupação de leitos nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) e casos não diminuíram. Pelo contrário, há pesquisas indicando que esses quadros irão aumentar. Nossa greve é pela vida, não se deve arriscar a vida”, disse.
A professora da rede pública de Belo Horizonte afirmou que a decisão da prefeitura parte de uma “pressão” de representantes das escolas privadas para que o retorno fosse realizado. Pasqualini aponta que houve uma fala do prefeito da cidade, Alexandre Kalil (PSD), de as aulas no ensino público quanto no privado “não voltariam separadas”.
Sindirede
Professores da rede municipal de educação infantil de BH estão em greve sanitária
“Os [profissionais] terceirizados podem entrar em contato com mais de um agrupamento de alunos, com crianças de diversas idades, podendo gerar uma transmissão maior. […] A prefeitura fala que não seria responsável pela eventual morte de um professor ou e de um aluno em decorrência da covid-19”, disse.
Mesmo em greve sanitária, os professores de Belo Horizonte permanecem em regime remoto de trabalho, dando aulas e atividades aos alunos no teletrabalho. Segundo Pasqualini, a “campanha dos sindicatos teve uma adesão dos pais”, já que “não há segurança” para que as aulas retornem de forma presencial.
O sindicato diz que a paralisação tem adesão de mais de 60%; já a prefeitura afirma que o índice de participação está por volta de 30%.
Para o retorno, a prefeitura da cidade decretou medidas como a divisão dos alunos delimitando o número de pessoas em uma mesma sala, o uso de máscara, permanência de quatro horas, no máximo, nas unidades escolares e somente três dias de aula presencial por semana.