Em 4 de maio de 1994, a Organização pela Libertação da Palestina (OLP) e o Estado de Israel assinaram o Acordo de Oslo I, o primeiro acordo israelo-palestino. O evento aconteceu em Cairo, no Egito.
Os Acordos de Oslo eram um plano de uma paz por etapas. Previam, num primeiro momento, a instalação de um regime autônomo em Gaza e na Cisjordânia, depois a abertura de negociações quanto ao estatuto definitivo desses territórios. Mas o assassinato do primeiro-ministro Yitzhak Rabin, signatário desses acordos, e o desencadeamento da segunda intifada puseram fim a essas negociações.
O primeiro-ministro israelense, Yitzhak Rabin, e o presidente da OLP, Yasser Arafat, haviam alcançado um acordo no Cairo quanto à primeira etapa para a instalação de um Estado palestino soberano.
O acordo foi celebrado na conformidade com os Acordos de Oslo, assinado em Washington, em 13 de setembro de 1993, pelos dois dirigentes na presença do presidente norte-americano Bill Clinton. Era o primeiro acordo direto, olho no olho, entre Israel e os palestinos reconhecendo simultaneamente o direito de Israel à existência e à segurança e o direito dos palestinos e se constituírem em Estado soberano. Foi também montado um plano para garantir futuras relações entre as duas partes.
O acordo Gaza-Jericó, assinado nesse dia na história, tratou de quatro questões centrais: ajustes de segurança, assuntos civis, temas legais e relações econômicas. Incluía a retirada do exército de Israel de cerca de 60% da Faixa de Gaza, excluindo-se os assentamos judaicos e seus arredores e a cidade de Jericó na Cisjordânia, terra capturada pelos israelenses por ocasião da Guerra dos Seis Dias de 1967.
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Isaac Rabin, Bill Clinton e Yasser Arafat durante os Acordos de Oslo
Os palestinos concordaram em combater o terror e prevenir a violência nos quadros do famoso lema de “terra por paz”. O documento incluiu também um acordo para a transferência de autoridade da Administração Civil israelense para a recém criada Autoridade Palestina, sua jurisdição e poderes legislativos, uma força policial palestina e relações entre Israel e a Autoridade Nacional Palestina.
As Forças de Defesa de Israel retiraram-se de Jericó em 13 de maio e da maior parte da Faixa de Gaza em 18 e 19 de maio de 1994. As forças policiais da Autoridade Palestina e seus funcionários imediatamente assumiram o controle. Durante os primeiros dias houve uma série de ataques recíprocos dentro e perto da Faixa de Gaza, causando diversas baixas especialmente entre a população civil. O próprio Arafat tece uma tumultuada e caótica acolhida quando visitou Gaza em 1º de julho.
Assim que o tempo foi passando, a agenda estipulada nas negociações não foi cumprida, a retirada das tropas de Israel foi retardada e novas negociações tiveram de ser entabuladas. A crítica da oposição de direita a Rabin afirmavam que o lema “Terra por Paz” tinha virado, na realidade, “Terra por Nada”.
Os passos em direção às relações pacíficas entre Israel e os palestinos se esboroaram quando Rabin foi assassinado em Tel-Aviv por um extremista de direita, e dois mil palestinos iniciaram o levante conhecido como a Segunda Intifada. As tensões aumentaram quando o grupo Hamas tomou o poder na Faixa de Gaza nas eleições gerais palestinas, supervisionadas internacionalmente, tendo Israel se negado a aceitar a presença do Hamas naquele território.