O promotor de Milão pediu nesta quarta-feira (15/02) cinco anos de prisão para o empresário e ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi pelo delito de corrupção em ato judicial durante o julgamento do chamado caso Mills.
O promotor do caso, Fabio De Pasquale, terminou nesta quarta-feira sua alegação com o pedido de cinco anos de reclusão para Berlusconi, e afirmou que a defesa do ex-primeiro-ministro está baseada em “documentos falsos” ou, “melhor dizendo, em documentos fabricados com um propósito”.
Além disso, De Pasquale considerou que o delito não prescreveu, o que deve acontecer entre o início de maio e meados de julho, “se for levada em conta a data na qual o delito foi cometido e todas os adiamentos que o processo teve por causa da ausência de Berlusconi pelo chamado legítimo impedimento”.
Após o pedido do promotor, o julgamento chega a seu fim, embora poderia não ser emitida uma sentença, pois o Tribunal de Milão agora terá que decidir qual é a data de prescrição do delito, que segundo os advogados de Berlusconi foi no dia 3 de fevereiro.
O caso Mills se refere ao suposto pagamento de 600 mil de dólares por parte de Berlusconi a seu ex-advogado, o britânico David Mills, em troca que ele prestasse um testemunho falso a seu favor em dois julgamentos no final dos anos 90, permitindo que o líder fosse absolvido.
Berlusconi afirmou que não se lembra de ter conhecido Mills, que era um dos muitos advogados que o grupo Fininvest (de sua propriedade) tinha no exterior. Ele afirmou também que os 600 mil dólares correspondem ao pagamento em dinheiro ao advogado por parte do armador italiano Diego Attanasio para enganar o fisco britânico.
O próprio Mills declarou em várias ocasiões durante o julgamento contra Berlusconi que a história sobre o dinheiro que supostamente recebeu do ex-primeiro-ministro foi inventada e se justificou dizendo que temia o fisco britânico, pois o dinheiro provinha do armador italiano.
No entanto, Attanasio, também chamado a declarar durante o julgamento, negou todos os argumentos da defesa de Berlusconi e afirmou que o dinheiro que Mills recebeu não era seu.
O promotor pediu à Corte que leve em conta para seu veredicto que Mills foi condenado em primeira e segunda instância por mentir em processo judicial e foi comprovado que tinha feito pagamento prévio de 600 mil dólares.
A sentença em questão foi corroborada pela Corte Suprema italiana, embora esta corte tenha declarado o delito prescrito.
O caso Mills é um dos quatro julgamentos que Berlusconi tem abertos em Milão, junto ao caso Ruby (incitação à prostituição de menores e abuso de poder), caso Mediaset (fraude fiscal), e caso Unipol, no qual é acusado de participação na revelação de segredo profissional.
NULL
NULL
NULL