*Reportagem atualizada às 16h20.
Um dia após o presidente sírio, Bashar Al Assad, ratificar o fim do Estado de Emergência vigente no país, forças de segurança atiraram e lançaram bombas de gás lacrimogêneo contra manifestantes em diversas cidades da Síria nesta sexta-feira (22/04).
Pelo menos 50 pessoas morreram, segundo organizações de direitos humanos citadas pela agência AFP.
O maior número de mortes ocorreu na localidade sulina de Izraa, onde sete pessoas morreram pela atuação policial, próximo à cidade de Deraa, de acordo com a Al Jazeera.
Segundo a agência Reuters, os tiros foram ouvidos perto da capital, Damasco, e na área da cidade central de Homs (centro), regiões onde havia hoje aproximadamente dez mil pessoas protestando.
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Na manhã de hoje, a capital síria estava com forças policiais desdobradas em numerosos pontos da cidade, especialmente ao redor da praça Abasin, o principal ponto dos protestos políticos durante as últimas semanas. Os acessos a Damasco estavam fechados, e o transporte a várias áreas estava proibido, disseram moradores da região à agência Efe.
Uma situação parecida vivem as cidades de Homs e Deraa (sul), localidades nas quais foi registrado o maior número de vítimas durante os distúrbios gerados durante os protestos contra o regime de Assad. Desde meados de março, cerca de 200 pessoas morreram na Síria, segundo dados de organizações de direitos humanos.
Uma fonte citada pela Al Jazeera afirmou: “A grande questão é 'o que acontecerá?'. Na sexta-feira passada as pessoas tentaram realizar uma marcha na capital e foram obrigadas a recuar com gás lacrimogêneo. O que vemos neste momento são as forças da ordem impedindo a concentração das pessoas, isso está acontecendo também em Homs e em Deraa, por isso vai ser difícil chegar ao centro das cidades porque as forças policiais já estão lá”.
Mudanças
Na quinta-feira, Al Assad assinou três decretos: a abolição da Lei de Emergência (em vigor desde 1963), a eliminação do Alto Tribunal da Segurança do Estado e novas normas para as manifestações pacíficas.
O estado de emergência autorizava que os órgãos de segurança do país reprimissem a oposição, proibia a aglomeração de mais de cinco pessoas, prisões arbitrárias e julgamentos a portas fechadas.
Líderes da oposição, porém, disseram que outras exigências precisam ser atendidas, como a libertação de presos políticos, liberdade de expressão e a instauração de um sistema multipartidário.
“Esta medida é apenas conversa. Os protestos irão continuar até que todas as exigências sejam cumpridas, ou que o regime caia”, disse à Reuters o oposicionista Haitham Maleh, juiz aposentado de 80 anos.
Assad, que assumiu a presidência em 2.000, depois que seu pai, Hafez al Assad, morreu, após 30 anos no poder.
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